O TROVÃO E O RAIO
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Tudo isto é simples, prático e instrutivo. No entanto, não é completamente verdade, apesar de fornecer uma boa aproximação. Em primeiro lugar, a velocidade do som no ar não é exactamente 340 m/s — aumenta quase linearmente com a temperatura e depende de outros factores. Mas o mais curioso é que o som nos chega muito mais rapidamente, porque começa por viajar como onda de choque ou de explosão, que atravessa o ar a uma velocidade cerca de 40 vezes superior à do som. Essa onda percebe-se por vezes com uma espécie de crepitar que precede o trovão. O trovão só se forma depois de essa onda ter viajado alguns instantes pelo ar. Assim, quando fazemos as contas habituais estamos apenas a calcular uma distância mínima para a tempestade. Na realidade, ela pode estar bastante mais longe. Por isso, leitor, se fizer as contas durante uma trovoada e concluir que o raio lhe caiu em cima, não conclua que acabou de morrer chamuscado.
Adaptado do «Expresso»
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2 Comments:
excelente post e artigo, muitos parabens a contrastar com alguma barbaridades que se costuma aqui escrever
Tem toda a razão, mas os piores ainda são os anónimos!
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