30.4.07

«ACONTECE...» - Passatempo com prémio

Como já foi anunciado, desafiam-se os leitores do SORUMBÁTICO a identificar a imagem que aqui se vê.
A resposta, a dar em «Comentário», deverá sê-lo sob a forma de - apenas - uma palavra, identificando aquela que, no terceiro parágrafo do texto, foi substituída por «********».
Durante o dia 2 de Maio (quarta-feira), num determinado momento-surpresa, os comentários serão desbloqueados e as respostas permitidas.
O prémio será um exemplar do livro de Pedro Barroso «A História Maravilhosa do País Bimbo», oferta do autor, a atribuir, naturalmente, ao primeiro leitor que der a resposta certa.
-oOo-
Parei no espaço. Mil noções de Império dali me contemplavam e por todas elas Portugal tinha passado. Mil obras haviam operado na fachada cosméticas de circunstância, janelas alteradas, chaminés apócrifas, viveres laicos na respiração do velho alinhamento atlântico.
Desleixo e sujidade pelo pátio velho de séculos ornamentavam o silêncio.
Era o casario de ******** - mais mar que terra já.
Destinado à pernoita dos romeiros de longes lugares que, ali, porfiadamente, rogaram, com fé, gerações várias.
Favores secretos, histórias de viagens, vícios de sangue, coisas do amor e da consciência, vinganças, injustiças, alívios, dores, destemperanças e ideias, fantasias inconfessáveis e intercepções divinas. Fustigações várias do viver humano, peregrinações da Alma mais que do Corpo.
E o Império morno lhes dava trezentas arcadas para que conste, abrigo das chuvas e dos ventos, solidão a gosto, imensidão de mar e abandono quanto baste. Hoje, que a Fé e o Império pereceram e que o local é o «pastiche» vivo da volúpia que já foi ser português (- ali: antigo, crente, mareante e peregrino); hoje, que a incúria alterou as paredes e a gestão do passado entrou em greve por motivo de obras nos valores da História, reparo enfim no resto - no azul. No Céu que tudo viu: o que já foi e o que deixou de ser. E que sofreu connosco ao ver um sítio de amargura, crença, fé, vida e movimento hoje abandonado à indiferença do São Nunca.
O céu que tudo cobre e presencia foi o mesmo das hospedarias loucas de Setecentos; será o mesmo para o desleixo presente e, quem sabe, para o repovoamento futuro. Hoje, se a Grei feneceu por arrefecimento, deixá-lo!
Se as obras feitas estragaram; se o estaminé bacoco tresanda a incúria e improviso e se todo o logradouro que conheço relembra dolorosamente um povo que tresmalha a sua História, deixem-me, pelo menos, este Céu. Como amante do longe e da perenidade por mim fico em Paz, se mo deixarem. Que a mim bastam-me algumas linhas, mesmo descosidas, da Portugalidade para ferver.E para ainda conseguir sonhar, basta-me o azul.
Pedro Barroso - Casal da Raposa, Janeiro de 1992
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NOTA: A resposta certa foi dada em «Comentário-4»

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8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nunca lá tinha ido. Por acaso há umas semanas atrás, num passeio de fim de semana, passámos por lá e a primeira coisa que nos despertou a atenção foi este casario, pelo tamanho da construção os peregrinos deviam ser muitos. Fiquei espantado com a força da fé naqueles tempos não muito distantes.
Alguém me pode dizer, por favor, há quanto tempo estas instalações não são usadas?

2 de maio de 2007 às 14:28  
Anonymous Anónimo said...

Como já tenho o livro-prémio, aqui deixo uma "dica":

A resposta é uma palavra com 8 letras e que começa por "E" (maiúsculo...)

2 de maio de 2007 às 15:10  
Anonymous Anónimo said...

Outra "dica":

Acaba em "L"

2 de maio de 2007 às 16:28  
Anonymous Anónimo said...

Dado que isto fica junto ao Cabo Espichel, a palavra das 8 estrelinhas deve ser ESPICHEL.

Certo?

Mário

2 de maio de 2007 às 17:51  
Anonymous Anónimo said...

Certíssimo!

Envie a sua morada para sorumbatico@iol.pt

2 de maio de 2007 às 17:57  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Anónimo das 2h 28m

Tentei saber, mas não consegui.

2 de maio de 2007 às 21:03  
Blogger Raquel Sabino Pereira said...

Parabéns ao vencedor!
Ia partindo a cabeça à procura do nome nas minhas memórias fotográficas!!! Mas é claro que é no Cabo Espichel!!!!!!!!
Aprende-se mesmo muito nestes passatempos fantásticos!!!! Põem-nos os neurónios a trabalhar!!!

CONTINUEM!!!

3 de maio de 2007 às 12:06  
Blogger Raquel Sabino Pereira said...

«Alguém me pode dizer, por favor, há quanto tempo estas instalações não são usadas?»

Tente ver no site da entretanto extinta DGEMN - Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Recordo-me de ter visto por lá este casario. O anterior DGEMN tentou durante anos a fio sensibilizar os diversos Governos (que eu tenha assistido sete...) para a necessidade de o recuperar... em vão, por haver outras prioridades e não haver dinheiro (ou não haver vontade política de o arranjar, através de parcerias público-privadas ou mesmo público-públicas, como agora se diz...)

Faça a pesquisa em http://www.monumentos.pt

Eu, se tivesse tempo agora, fá-la-ia por si.

3 de maio de 2007 às 12:12  

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