27.4.07

O ensino da condução

QUANDO, EM 1973, eu obtive a minha carta de condução, fui dado como apto a conduzir - mesmo um Ferrari! - apesar de nunca ter guiado a mais de 40km/h, nem com chuva, nem de noite, nem com piso oleoso, nem em autoestrada... - o mesmo sucedendo, trinta anos depois!, com o meu filho.
Ora, quem acompanha estes assuntos, sabe bem que Carlos Barbosa, Presidente do ACP, tem feito algumas intervenções críticas à apatia dos sucessivos governos face a esse estado de coisas - em boa parte responsável pelo que, a todo o momento, vemos nas estradas do país.
A isso, e em carta publicada no PÚBLICO no dia 24 p.p, o Secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, responde que, pelo menos na parte que ao actual Governo toca, Carlos Barbosa não tem razão nenhuma; e, como argumento a favor do que diz, informa que «...está em discussão pública um novo Regime Jurídico do Ensino de Condução». Pois sim senhor, aí está uma actuação concreta e CINCO ESTRELAS. Só é pena que não restitua a vida a uma tia minha e a um dos meus melhores amigos - ambos atropelados e mortos, recentemente e com poucos meses de intervalo, por condutores a quem foi ministrada uma formação semelhante àquela que me deram.
«PÚBLICO» de 27 Abr 07