Quando ouvi isto, comecei por não acreditar. Mas parece que é verdade.
Assim, temos:
Quem vai parar ao hospital por ter sido atropelado ou esfaqueado na rua, e desde que não esteja abrangido pelas excepções previstas, paga taxas moderadoras (de tratamento e internamento), que é para não ser parvo.
Uma mulher que decide abortar, independentemente dos seus rendimentos (e até das possibilidades que teve para evitar a gravidez), está isenta!
Ah, abençoado governo que tão justas leis consegues parir!
A insensibilidade do actual Ministro da Saúde é de bradar aos céus. Mas tb é de arrepiar a calma com que o "PS-Profundo" assiste a coisas dessas. O que lhe vale é a desgraça e o caos que reinam na Oposição, constituída por pessoas que não parecem mais credíveis do que Correia de Campos, Manuel Pinho, Mário Lino... para já não falar no Grande-Chefe, claro.
A introdução, há anos, das taxas moderadoras justifica-se perfeitamente para evitar que as urgências sejam entupidas com falsas-urgências. Suponho que, se se vier a verificar que uma urgência é verdadeira, a taxa não será aplicada (mas isso já não sei se sucede).
Já a taxa moderadora de cirurgias e internamentos é um absurdo para além de tudo o que se possa imaginar, pois "querer moderar" implica que "se possa moderar", e não é o caso, pois o que está em causa são actos que não dependem da vontade do doente. Ao menos, por pudor, mudem-lhe o nome!
Mas, de facto, ainda faltava o oposto: isentar dessa taxa uma IVG (sem que seja nos casos já previstos para as isenções normais) ultrapassa a capacidade de compreensão de qualquer pessoa (excepto, pelos vistos, a de Correia de Campos e de quem o apoia). E note-se que a isenção não é só para vítimas de violação, mal-formação do feto, etc. É para quem queira abortar (até às 10 semanas), seja qual for a motivação, os meios económicos e até os meios que teve para evitar a gravidez.
A solução: Cara senhora, se padece de alguma doença irritante, se foi vítima de algum acidente, se, por alguma razão, necessita de tratamento hospitalar, se não beneficia de isenção de taxa moderadora e não lhe apetece pagar, não se irrite: EU TENHO A SOLUÇÃO para o SEU PROBLEMA! Exactamente, e não estou a enganar ninguém. Em 10 minutos, talvez menos, eu coloco-a em situação de beneficiar da isenção da taxa moderadora. Depois de uma pequena entrevista, em local romântico e asseada, estará v. exª em condições de requerer uma IVG em estabelecimento hospitalar público, com todas as condições sanitárias e com todas as isenções. Depois de internada, pode então queixar-se das restantes mazelas. Não hesite, telefone já. E o que é melhor: o serviço que lhe prestarei é INTEIRAMENTE GRÁTIS!
Eu cá tenho a minha teoria para perceber isto : vejamos , não se diz de Herodes que mandou matar todos os bebés varões com o espertício propósito de evitar que de entre eles nascesse um novo rei ? Então, o facilitismo da matança se calhar tem subjacente qualquer coisa que nos escapa ... Pior, é que se olharmos para o final da história, o rei mesmo assim nasceu mesmo. Nem Herodes durou para sempre... Embora também seja verdade que se diz que o rei viria depois a ser cruxificado...
Mas o que começa (?) a ser mais preocupante, neste governo, é o seu isolamento da realidade, que leva, inevitavelmente, à perda do sentido das proporções e às vezes até do ridículo.
P. ex: aposto quanto quiserem que J. Sócrates não faz a menor ideia da figura que fez quando a Praça Vermelha de Moscovo fechou ao trânsito para ele fazer a sua corrinha. E o pior é que ninguém lho diz!
Não consigo entender o porquê de tanto escandalo acerca da isenção na IVG, é uma acção que se insere no mesmo âmbito de estar grávida, logo, deve usufruir da mesma isenção.
Já agora para esclarecer alguns comentários: quem tiver um acidente ou for agredido com uma faca não paga taxa moderadora, estas são imputáveis há companhia de seguros ou ao agressor.
Tirando casos extremos (e que, por isso mesmo, têm de ser tratados como excepções - que a lei prevê ou deveria prever), hoje em dia só engravida quem quer.
Mas, mesmo que não seja esse o caso, não há qualquer motivo para uma isenção destas. O que está em causa é mais do que os 700 ou 800 euros que o contribuinte vai pagar. O que está em causa é o "sinal" que se dá à sociedade.
Subscrevo a ideia do leitor Ed : o que está em causa é o "sinal" que é dado com esta isenção.
Parece que o aborto merece um tratamento VIP da parte do legislador. Num acto que, embora despenalizado, devia ser tratado como excepção e não como normalidade, dá ideia que o Governo está a incentivar as candidatas : Filha! Queres abortar? Avança à vontade! Nem pagas taxa moderadora...
Esta necessidade, que tão frequentemente se observa nos políticos de esquerda, de mostrar grande abertura perante as causas "fracturantes", por vezes fá-los cair no ridículo ...
A ideia de mandar a conta ao "agressor" (neste caso, o pai do feto) é "5 estrelas".
A de mandar a conta para a companhia de seguros também não está mal pensada, não senhor: se a "camisinha" rebentou, o contolo (ou «CONTROL»?) de qualidade não pode ficar impune!
14 Comments:
Quando ouvi isto, comecei por não acreditar. Mas parece que é verdade.
Assim, temos:
Quem vai parar ao hospital por ter sido atropelado ou esfaqueado na rua, e desde que não esteja abrangido pelas excepções previstas, paga taxas moderadoras (de tratamento e internamento), que é para não ser parvo.
Uma mulher que decide abortar, independentemente dos seus rendimentos (e até das possibilidades que teve para evitar a gravidez), está isenta!
Ah, abençoado governo que tão justas leis consegues parir!
Ed
A insensibilidade do actual Ministro da Saúde é de bradar aos céus.
Mas tb é de arrepiar a calma com que o "PS-Profundo" assiste a coisas dessas.
O que lhe vale é a desgraça e o caos que reinam na Oposição, constituída por pessoas que não parecem mais credíveis do que Correia de Campos, Manuel Pinho, Mário Lino... para já não falar no Grande-Chefe, claro.
Se isto não é o delírio, não sei o que é delírio.
D.R.
A introdução, há anos, das taxas moderadoras justifica-se perfeitamente para evitar que as urgências sejam entupidas com falsas-urgências.
Suponho que, se se vier a verificar que uma urgência é verdadeira, a taxa não será aplicada (mas isso já não sei se sucede).
Já a taxa moderadora de cirurgias e internamentos é um absurdo para além de tudo o que se possa imaginar, pois "querer moderar" implica que "se possa moderar", e não é o caso, pois o que está em causa são actos que não dependem da vontade do doente. Ao menos, por pudor, mudem-lhe o nome!
Mas, de facto, ainda faltava o oposto: isentar dessa taxa uma IVG (sem que seja nos casos já previstos para as isenções normais) ultrapassa a capacidade de compreensão de qualquer pessoa (excepto, pelos vistos, a de Correia de Campos e de quem o apoia).
E note-se que a isenção não é só para vítimas de violação, mal-formação do feto, etc.
É para quem queira abortar (até às 10 semanas), seja qual for a motivação, os meios económicos e até os meios que teve para evitar a gravidez.
Resumindo e concluindo: Está tudo doido.
A solução:
Cara senhora, se padece de alguma doença irritante, se foi vítima de algum acidente, se, por alguma razão, necessita de tratamento hospitalar, se não beneficia de isenção de taxa moderadora e não lhe apetece pagar, não se irrite: EU TENHO A SOLUÇÃO para o SEU PROBLEMA!
Exactamente, e não estou a enganar ninguém. Em 10 minutos, talvez menos, eu coloco-a em situação de beneficiar da isenção da taxa moderadora. Depois de uma pequena entrevista, em local romântico e asseada, estará v. exª em condições de requerer uma IVG em estabelecimento hospitalar público, com todas as condições sanitárias e com todas as isenções. Depois de internada, pode então queixar-se das restantes mazelas. Não hesite, telefone já.
E o que é melhor: o serviço que lhe prestarei é INTEIRAMENTE GRÁTIS!
S.,
Boa!
Eu cá tenho a minha teoria para perceber isto : vejamos , não se diz de Herodes que mandou matar todos os bebés varões com o espertício propósito de evitar que de entre eles nascesse um novo rei ?
Então, o facilitismo da matança se calhar tem subjacente qualquer coisa que nos escapa ...
Pior, é que se olharmos para o final da história, o rei mesmo assim nasceu mesmo.
Nem Herodes durou para sempre...
Embora também seja verdade que se diz que o rei viria depois a ser cruxificado...
Mas o que começa (?) a ser mais preocupante, neste governo, é o seu isolamento da realidade, que leva, inevitavelmente, à perda do sentido das proporções e às vezes até do ridículo.
P. ex: aposto quanto quiserem que J. Sócrates não faz a menor ideia da figura que fez quando a Praça Vermelha de Moscovo fechou ao trânsito para ele fazer a sua corrinha. E o pior é que ninguém lho diz!
Não consigo entender o porquê de tanto escandalo acerca da isenção na IVG, é uma acção que se insere no mesmo âmbito de estar grávida, logo, deve usufruir da mesma isenção.
Já agora para esclarecer alguns comentários: quem tiver um acidente ou for agredido com uma faca não paga taxa moderadora, estas são imputáveis há companhia de seguros ou ao agressor.
Sattelite,
E uma pessoa que, como já foi o meu caso, tem uma apendicite aguda? A que companhia de seguros (ou a que agressor) é que imputa?
Tirando casos extremos (e que, por isso mesmo, têm de ser tratados como excepções - que a lei prevê ou deveria prever), hoje em dia só engravida quem quer.
Mas, mesmo que não seja esse o caso, não há qualquer motivo para uma isenção destas.
O que está em causa é mais do que os 700 ou 800 euros que o contribuinte vai pagar. O que está em causa é o "sinal" que se dá à sociedade.
Ed
A notícia só fala de isenção para as mulheres. Então e para os homens, não devia ser igual?
Subscrevo a ideia do leitor Ed : o que está em causa é o "sinal" que é dado com esta isenção.
Parece que o aborto merece um tratamento VIP da parte do legislador. Num acto que, embora despenalizado, devia ser tratado como excepção e não como normalidade, dá ideia que o Governo está a incentivar as candidatas : Filha! Queres abortar? Avança à vontade! Nem pagas taxa moderadora...
Esta necessidade, que tão frequentemente se observa nos políticos de esquerda, de mostrar grande abertura perante as causas "fracturantes", por vezes fá-los cair no ridículo ...
Jorge Oliveira
A ideia de mandar a conta ao "agressor" (neste caso, o pai do feto) é "5 estrelas".
A de mandar a conta para a companhia de seguros também não está mal pensada, não senhor: se a "camisinha" rebentou, o contolo (ou «CONTROL»?) de qualidade não pode ficar impune!
F. Souto
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