Como na China: um país, dois sistemas... da treta
Por C. Medina Ribeiro
Lagos, esta manhãI
ESTAVA EU, um dia destes, num café de Lagos, quando um senhor estrangeiro, de certa idade, me perguntou se as imagens de bloqueios e reboques, que a TV estava a mostar, eram "cá".
- Sim e não - respondi-lhe. "Sim", por ser cá, em Portugal. E "não", por não ser cá, em Lagos - esclareci, sorrindo.
O cavalheiro, então, apontou com o queixo para o passeio em frente, pejado de automóveis, e perguntou:
- Ah... É como na América, onde as leis variam de estado para estado?
- Sim e não - respondi-lhe. "Sim", por ser cá, em Portugal. E "não", por não ser cá, em Lagos - esclareci, sorrindo.
O cavalheiro, então, apontou com o queixo para o passeio em frente, pejado de automóveis, e perguntou:
- Ah... É como na América, onde as leis variam de estado para estado?
Expliquei-lhe que em Portugal é ao contrário: a lei é a mesma; aplicá-la é que fica ao arbítrio das autoridades locais.
O homem coçou a ponta do nariz e deduzi, pelos seus olhos piscos, que não estava a perceber nada. Depois, ingeriu mais um trago de aguardente velha, recostou-se na cadeira, cabeceou e, para meu alívio, já não me perguntou mais nada...
O homem coçou a ponta do nariz e deduzi, pelos seus olhos piscos, que não estava a perceber nada. Depois, ingeriu mais um trago de aguardente velha, recostou-se na cadeira, cabeceou e, para meu alívio, já não me perguntou mais nada...
II
O texto que em cima se lê foi escrito em Fevereiro deste ano e publicado, em 1 de Março, no «Público».
Agora, a cena repete-se: mais uma GRANDE ACÇÃO DE TOLERÂNCIA ZERO EM LISBOA («Desta vez é que vai ser!!» - como diz um maluquinho que eu conheço), enquanto em Lagos (e em muitos outros pontos do país) tudo continua na mesma.
Desculpem as perguntas: a PSP, no país todo, não depende do mesmo Ministério da Administração Interna?
António Costa, tão activo agora (mais vale tarde do que nunca...), o que fez, neste assunto, quando era ministro?
Etiquetas: CMR


1 Comments:
Isto só pode ser provocação! Aposto que para denegrir a PSP local, o CRM, com ela fisgada, tirou a fotografia de manhã, à tarde estacionou na passadeira o seu próprio automóvel e pediu a um amigo para estacionar o dele do outro lado. Depois, zás, fotografia e já está. Bem visto!
Somos, de facto, em muitos aspectos, um país do faz de conta.
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