6.9.07

MODERNICES FILHAS DE REACCIONÁRIOS

Por Ferreira Fernandes
A PARTIR DE HOJE, os jardins-escolas galegos dão as aulas só em galego. Também se vai ensinar um "hino galego" de um nacionalismo extremo. Composto por um poeta do séc. XIX, o hino galego, enxotando os castelhanos, canta: "Sós os imbecis e obscuros/ não nos entendem."
Picardias nacionalistas, que quase todos os povos têm, e que não trazem grande mal ao mundo. Ou trazem mas não é isso que aqui me traz, mas outro mal, esse, evidente. Esta deriva galega integra-se no menosprezo de uma das grandes línguas mundiais, o espanhol, que já deixou de ser ensinada como devia na Catalunha e no País Basco, e, agora, deixará também na Galiza. Vão perder os miúdos galegos, como já perdem os bascos e catalães. Tal como os miúdos cabo-verdianos perdem por não aprender o português, mas o crioulo.
Não falo, claro, na nobreza das línguas (todas são nobres). Falo da I Divisão Mundial das Línguas, onde estão o português e o espanhol. E não estão as outras nobres línguas aqui referidas.
«DN» de 3 de Setembro de 2007-[PH]

Etiquetas:

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não temos que nos preocupar, este é o primeiro passo para a integração da Galiza em Portugal. Depois da integração, passarão a ter o Português como lingua oficial, e estarão de novo na primeira divisão.

6 de setembro de 2007 às 16:52  
Blogger R. da Cunha said...

A ser verdade, quem perde são os galegos, claro. Que lhes ensinem a língua "materna", tudo bem, mas ignorarem o espanhol (ou castelhano?), língua do Estado em que estão integrados e língua universal, parece-me um absurdo. Nacionalismo (!) bacoco?

6 de setembro de 2007 às 18:34  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

De vez em quando, há sociedades que se fecham ao mundo. Nesse aspecto, houve casos famosos, como a China e o Japão.

As consequências de longo prazo são terríveis; mas, como essas coisas são, precisamente, de "longo prazo", os autores dessas ideias desaparecem antes dos respectivos resultados se tornarem óbvios.

Quanto tempo vai demorar (neste exemplo) até que os alunos abrangidos sintam, NA PELE, a desvantagem competitiva a que vão ficar sujeitos?

6 de setembro de 2007 às 18:47  
Anonymous Anónimo said...

Não vêem o disparate que fazem.
Na Suíça alemã as aulas não são dadas em Schwytzertütsch, mas em Hochdeutsch (alemão padrão). A ninguém passaria pela cabeça cortar o acesso dos jovens suíços a Goethe ou a Thomas Mann, como parece que querem cortar o dos jovens galegos a Cervantes.
A ironia é que em Portugal se ensina cada vez mais Castelhano nas escolas sem que isso comprometa a nossa identidade ou a nossa independência...

7 de setembro de 2007 às 18:24  
Blogger Lucense said...

ESTULTÍCIAS CONTRA GALIZA

Como galego queria manifestar a minha indignação polas manifestações vertidas polo senhor Ferreira Fernandes no seu artigo do passado dia 3 sob o título "Modernices filhas de reaccionários".
Seria interminável comentar em poucas linhas os muitos exemplos de ignorância sobre a realidade de Galiza que nesse artigo se podem ver. Mas é suficiente com o desejo que parece ter este senhor no que diz respeito à desaparição da nossa Língua de Galiza e a sua substituição polo castelhano. Uma pessoa que ataca desta maneira a sua própria cultura e as suas raizes já está a dizer muito de si própria ( e nada bom, na verdade)
O hino de Galiza di "só os imbecis e escuros não nos entendem" e não o que o senhor Ferreira Fernandes transcreve: e no século XIX isso queria dizer que só pessoas de má fé e ignorantes podiam rejeitar os desejos de regenerar Galiza e as suas demandas de um melhor trato por parte do governo de Madrid...estamos já no século XXI e para alguns pouco mudou.
Também comentar para corrigir a desinformação do citado senhor que, nas provas de acesso à Universidade, os resultados na matéria de Língua Castelhana alcançados polo alunado de Catalunha e do País Basco são muito melhores que os do alunado de Madrid...talvez polo elevado nível de desenvolvimento cultural e educativo dessas duas nações orgulhosas de conservar o seu acervo próprio e de potenciar as suas Línguas e Culturas
Por último, que dizer da sua grosseira comparação da nossa Língua com um crioulo? Crioulo de que idioma, senhor Ferreira Fernandes, ou talvez preferiria chamar-se Herrera Hernández?
Enfim, ficaria muito por comentar mas chegue o anterior para exemplo e evidência do que pode ser a ignorância e de quão absurdas podem ser as conclusões nela alicerçadas.
Bieito Seivane Tápia - Docente de Ensino Secundário
Viana do Bolo (GALIZA)
bieitoseivane@iol.pt

14 de setembro de 2007 às 22:07  
Blogger Lucense said...

Ao Sr. Sarmento:
Um sarmento de má qualidade ou quanto menos ignorante ao comparar o dialecto alemám de Suiça com a Língua de Galiza.
As árvores que perdem as suas raizes estám mortas...e o mesmo se pode dizer das pessoas.
Leia, que dizem ademais que ler é bom para adiar o Alzheimer:
www.agal-gz.org

14 de setembro de 2007 às 22:10  
Blogger Lucense said...

Ao senhor Medina Ribeiro:
Só lhe faltou dizer como se "abrirom" essas sociedades ao mundo:a base de bombardeamentos de canhão (Japão) ou com a abominável guerra do ópio (China). Artífices: Estados Unidos e Inglaterra, estados que sem dúvida o senhor admira

14 de setembro de 2007 às 22:12  

Enviar um comentário

<< Home