2.3.09

Camané

Por Joaquim Letria
CAMANÉ É CADA VEZ maior na música portuguesa de hoje. Ele é a ponte entre o novo fado que tanta juventude atrai e aquele que Alfredo Marceneiro deixou na memória de quantos o escutavam com o mesmo respeito com que Camané o canta, cita e recorda.
Hoje, Camané não tem rival, por muito que se aprecie Rodrigo, Ricardo ou Ana Moura, se estime Mariza e Katia, se façam esperas a Carminho.
A Camané não se fazem esperas. Salta-se-lhe ao caminho. Vale a pena. Assim se vê salas esgotadas e o entusiasmo de tanta gente como a que vi, ainda este fim de semana, no Seixal, onde sem um bocadinho da promoção que a vizinha Almada faz às coisas da cultura, Camané cantou clandestino mas com o Fórum Cultural a abarrotar, em noite de Porto-Sporting, de Festival da Canção e de congressos e aniversários políticos. Fora de portas e assim, só para nós, este fado ainda sabe melhor, como o “jazz” em Chicago. Obrigado, Camané. E muitos parabéns!
«24 Horas» de 2 de Março de 2009

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