Isto tem algum jeito?!
HÁ ALGUM TEMPO (e por duas vezes), um tablóide noticiava, com grande destaque na 1ª página, que o filho de Leonor Beleza tinha problemas com a justiça. E a foto que trazia a ilustrar a "notícia" não era a do cavalheiro (por sinal um senhor maior e vacinado), mas sim a da mãe, numa variante idiota da fábula do lobo e do cordeiro. O que hoje aqui se vê é um outro exemplo disso, e em duplicado, pois também abrange um filho de um senhor que em tempos foi Secretário de Estado!
Será que os que redigem notícias assim não são, igualmente, filhos das mães?
Será que os que redigem notícias assim não são, igualmente, filhos das mães?
19 Comments:
Não tem mesmo jeito nenhum, mas infelizmente é esse o género de "notícia" que mais se encontra nos designados tablóides, e que têm certamente muitos leitores interessados.
Sobre o jeito nem me vou pronunciar :-)
É uma espécie de jornalismo tipo comadres calhandreiras que gostam de falar dos outros o tempo todo.
É isso que me habituei a ver daqui, de longe: a grande aldeia a falar de coisas menores, algumas quase sem importância, mas que ocupam o tempo de todos e alimentam esse espírito de bisbilhotice.
Pois que os filhos de gente graúda beneficiam em muito!
Na faculdade vi filhos de politicos a serem beneficiados, tive um caso de pedido de recurso de um exame, o prof. subiu a nota de 10 para 13...e quem anda naquela faculdade sabe bem que é quase impossivel uma coisa destas acontecer!!!!!Por sinal até eram meus amigos, mas ainda assim era de meter medo...eu tive que ir ao exame oral para fazer a cadeira e muito me orgulho...mais orgulho ainda por ser filha do meu paizinho, que graças a Deus é honesto e publicamente desconhecido!
Mas se por um lado cada vez mais se vendem jornais à custa da vida alheia e nao da verdadeira noticia, por outro lado é bom que estes compadrios venham a publico, como se nós já não soubessemos!!!!
Quando andei na escola, no meu querido Liceu José Falcão em Coimbra, tive "Jornalismo".Aprendiamos a "dar " noticias, a redigi-las e acima de tudo a filtra-las...ainda me lembro: Quem , como , quando , onde, e porquê? Assim se constroi uma noticia...e se é ou nao de interesse publico...
Agora é mais Quem? Figura publica. Ok. Noticia!
Bom dia. Não tem jeito, não senhor. Mas é já velha a maneira como se dão as notícias sobre os tios dos sócrates - não são filhos das respectivas mães...
Há muitos anos que o jornal que publica a notícia é conhecido pelo correio da MANHA ,)não da manhÃ.
Saudações cordiais.
O caso do tio e do primo do Sócrates é diferente, pois eles mesmo usaram o parentesco para fazerem negócios. Mas já não seria curial referir um outro familiar qualquer se não estivesse relacionado com o caso.
Ou seja:
O parentesco (como a etnia, o clube de futebol. etc) pode ser referido numa notícia se estiver relacionado com o facto noticiado.
Caso contrário, deve ser omitido.
Se, mesmo assim, tiver de ser referido, deverá sê-lo "de passagem", nunca como se fosse o essencial da notícia.
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Aqui se retoma um 'post' sobre esse tema, a propósito dos acontecimentos da Quinta da Fonte:
A QUESTÃO já é velha, mas recorrente:
«Deve - ou não - referir-se a etnia das pessoas que são objecto de uma determinada notícia?».
A resposta é: depende:
Se alguém, ao volante de um automóvel, se despista e o caso é notícia (porque morre, p. ex.), não é importante ficarmos a saber que era chinês, zulu ou lapão. Isso pode ser dito, evidentemente, mas não é o cerne da notícia, da mesma forma que o não é a religião, a cor de cabelo ou as preferências clubísticas.
Porém, se se envolve em confrontos graves precisamente por causa da religião, da cor do cabelo ou de um determinado jogo de futebol, já é diferente: nesses casos, essas características fazem parte da notícia, na medida em que estão intimamente ligadas aos acontecimentos - pelo que é natural (para não dizer inevitável) que sejam referidas.
O caso do tio e do primo do Sócrates é diferente, pois eles mesmo usaram o parentesco para fazerem negócios
Então os casos são iguais.
Neste é usado o parentesco (aparentemente o facto de ser filho de Juizes) para se safar da justiça.
Só espero é que para o procurador do MP, o tal colega do pai que dispensou as testemunhas, haja também um inquérito sobre "a pressão", como no caso Lopes da Mota.
Sim, se o pai usou o seu cargo para livrar o filho, o parentesco é notícia.
De qualquer forma, não percebo porque é que a notícia abre (e a vermelho!) referindo o outro que ia com ele (e que se diz que é filho de um senhor que em tempos foi secretário-de-Estado). Mas talvez isso venha explicado no resto da notícia (que não está online).
Não há nada a acrescentar. Que significado têm o título e ante-título para a notícia? Nada, zero, mas vende papel.
Se calhar o defeito é meu, mas vejo claros indícios do crime de tráfico de influências.
Para mim o escândalo é que a notícia não seja dada com maior destaque e em todos os jornais.
Mas isto sou eu, que detesto corrupção e tráfico de influências, mesmo "as pequeninas", coisas que são hoje tão comuns que até são tidas por normais.
E assim a notícia é que tenha sido noticiado...
Básico: Faço minhas as suas palavras...
Carlos Medina Ribeiro: Terá porventura sido referido quem era o amigo(de quem era filho...),como curiosidade...uma vez que é explícita a notícia de que o amigo terá acusado os polícias de abuso de autoridade, por simplesmente fazerem o seu trabalho, independentemente dos infractores!!
Eu compreendo o que diz "Básico".
Mesmo assim, julgo que a notícia devia ter sido dada ao contrário.
Ou seja (vendo o problema em termos gerais):
«Se X, pessoa importante, se serve-se do seu cargo para beneficiar alguém (neste caso, um filho), então a notícia devia ser isso mesmo, dando destaque ao sr. X, e só de passagem ao beneficiado».
Em termos de corrupção (se quisermos ver o assunto assim), o sr. X é o 'corruptor activo', os que cedem à sua influência são os 'corruptores passivos'. O familiar é o beneficiado, mas não me parece que seja o centro da notícia.
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Mas também não é grave, e este género de jornais faz as notícias assim mesmo.
Em tempos, este jornal ou o «24 horas» (já não sei) referia-se a algo sucedido com o primo da ex-namorada (!) de um futebolista famoso.
O primo, se calhar, nem conhecia o futebolista, mas era importante que o nome deste constasse na notícia para que o jornal se vendesse.
Eva,
O que atrás escrevi também responde ao seu comentário.
Estando em causa 3 graus (pressionador, pressionados e beneficiário), o título (e a 'tónica') da notícia devia ter sido o primeiro e não o terceiro.
Mas, como digo, não morre ninguém por isso. E é sempre bom discutir estas coisas.
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Já agora, que tal um passatempo para atribuir um livro sobre corrupção - mas daquela a sério?
Trata-se de «Contos de Colarinho Branco», e sobrou de um passatempo anterior.
Subscrevo, na integra, os comentários do leitor "Básico".
Filho de Sr. de tal: apanhado a transgredir.
Por obra e graça do Divino Espirito Santo parece que se vai safar.
Se fosse o Zé ou o Manel no lugar do menino, provavelmente estaria numa situação diferente.
Assim, sendo amigo e/ou familiar do Sr.-Muito-Importante-Lá-Da-Terra, safa-se.
É bonito de se ver, sim senhor...
Mas também é bonito de se ver publicado, quer seja num jornal decente ou num pasquim, a negrito e em letras garrafais.
'Mg'
Mas a gente não sabe se o filho pediu a intervenção do pai. Sabe-se, quando muito, que beneficiou dela, mas a iniciativa pode ter partido do pai.
Assim sendo, a única coisa que parece certa é que o pai interveio. Portanto, continuo a achar que a notícia devia ter sido redigida "do avesso":
«Senhor de tal safa o filho (etc)»
Parece um pormenor (pois, no essencial, a notícia parece a mesma) mas acho que não é...
Ver o passatempo com prémio «Pais e Filhos» acabado de afixar.
Ok. Tudo bem!
Então acabamos de chegar à conclusão que o título da noticia até acaba por ser "simpático"!!!
Carlos Medina Ribeiro
Se o filho não pediu a intervenção do pai, como é que este soube!
O pai está claro...
A concepção dos títulos e dos subtítulos obedece a uma regra simples: deve ser possível, sem ler mais nada, saber o essencial da notícia.
Ora isso não sucede neste caso - pois, embora a ideia fosse criticar o pai, acabou por colocar a tónica no filho (e até num passageiro).
Ou seja: o título foi escrito "de pernas para o ar" - só isso.
Ok, Carlos Medina Ribeiro.
Fiz um blog meu quando quiser dê lá um pulinho!
BFS para todos
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