24.8.09

O centurião

Por Joaquim Letria

JEAN LARTÉGUY ofereceu os seus arquivos ao Serviço Histórico da Defesa da França e Hervé Morin, o ministro da Defesa, agradeceu-lhe “esta doação que permitirá reviver a História da França a partir da II Guerra Mundial, particularmente toda a complexidade da Guerra Fria.”

Conheci Lartéguy nos anos 60, quando Lisboa em geral e a Avenida da Torre de Belém, em particular, fervilhavam de intensa actividade com a guerra do Biafra. Desde 1946 que Larteguy, capitão na reserva depois de ter sido ferido na batalha de Crévecoeur, integrado no batalhão francês da Coreia, escrevia reportagens de guerra.

Falámos muito da nossa guerra colonial. E ela havia de nos aproximar. Jean escreveu 60 livros, romances, peças de teatro, ensaios. Os seus escritos mais importantes são “Relatos de Guerra” e uma narrativa apaixonante que viria a ser adaptada ao cinema, com sucesso mundial.

”Os Centuriões”, dedicados à guerra de Argélia, venderiam mais dum milhão de exemplares e dariam um filme com Cláudia Cardinale, Michéle Morgan, Alain Delon e Anthony Quinn.

Jean Lartéguy fez agora 87 anos e é pensionista, vivendo internado nos Invalides, um lar nos Champs Elysées. Tal como Portugal trata aqueles que por ele lutaram…

«24 horas» de 24 de Agosto de 2009

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1 Comments:

Blogger Museu Nacional de Arqueologia said...

Boas obras do autor:
Inquérito a uma crucificação, as quimeras negras, todo o homem é uma guerra civil, os tambores de bronze.
Desconhecia a inqualificável situação em que vive.

25 de agosto de 2009 às 09:46  

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