11.9.09

Os velhos

Por Maria Filomena Mónica

NA ÚLTIMA SEGUNDA-FEIRA [Jun 2008], teve lugar na Fundação Gulbenkian um «fórum» dedicado ao tema «Como se envelhece em Portugal». A este propósito, lembrei-me de um poema de Jacques Brel, com um título idêntico ao que usei neste artigo, no qual que se diz: «Les vieux ne bougent plus leurs gestes ont trop de rides leur monde est trop petit/ Du lit à la fenêtre, puis du lit au fauteuil e puis du lit au lit».
O casal, resignado e doce, aqui celebrado desapareceu do mundo contemporâneo. Há alguns anos, costumava brincar com o Miguel Esteves Cardoso sobre as delícias do envelhecimento: ser gágá dar-nos-ia a liberdade de poder dizer tudo o que nos passasse pela cabeça; entre as cadeiras de rodas a risota seria permanente; ninguém nos poderia interditar as piores asneiras. (...)

Texto integral [aqui]

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2 Comments:

Blogger (c) P.A.S. Pedro Almeida Sande said...

Cara MFM

Não estando em linha recta com o seu post gostaria de lançar este tema, como algo que é actual causa de perplexidade.

Experimente o cidadão que gosta de matemática, mesmo que não tenha tido matemática para economistas, fazer o seguinte exercício: pegue numa folha de cálculo tipo Excel e considere que começa a sua vida activa aos 22 anos, depois de ter acabado a sua formação académica ou profissional.

Considere que ao longo da sua vida profissional descontava sobre um ordenado constante de 1000€ e que o entregava a uma entidade credível como o Estado. Não vamos considerar aumentos de ordenado ao longo da vida e manteremos a inflação constante. Em juro composto o seu capital final ao fim de 45 anos atingiria a módica quantia de 312.951 €.

Ora se considerarmos que a esperança média de vida é de 75 anos, ou seja beneficiaria de 10 anos de reforma e dividindo esse valor por 140 prestações a sua reforma atingiria o valor de 2235€ por mês distribuídos pelos 14 meses. Ou seja em escudos qualquer coisa como 440 contos.

A actual segurança social para um beneficiário deste quilate prepara-se para no fim da nossa vida útil nos privilegiar, como por favor e a muito custo, com uma verba de 600 a 700 €, três vezes menos do que deveríamos receber.

Obviamente que os defensores do actual regime que sempre beneficiaram de lugares do Estado não sentem como suas as prestações sociais. O Estado paga-lhes a segurança social, o Estado assegura-lhes uma reforma bem mais rica do que aquela que a sua produção de riqueza auguraria.

Obviamente, também, que o Estado argumentará que o bolo da segurança social serve para pagar prestações como o abono de família e outras que não são significativas no quadro do apoio. Não é por lhes ser devolvido 20 € por mês que as famílias Portuguesas rejubilam. Além disso a sua operacionalização custo tanto como a sua atribuição.

Obviamente, também, que a segurança social argumentará que muitos não contribuíram para o bolo e são, hoje, tocados por prestações e que há uma solidariedade geracional a respeitar.

Face a este argumentos, separe-se as águas e utilize-se o orçamento geral do Estado para apoiar socialmente quem tem de ser apoiado. Não se utilize é o dinheiro da reforma dos Portugueses para alimentar e auto alimentar um regime (prestativo), que é ineficiente e pouco solidário: uma parte do manco MONSTRO de que falava Cavaco.

Obviamente, também, que este caminho só se poderá fazer se o Estado não se auto-alimentar criando ineficiências e empregos que só servem para as clientelas e para uma classe que não gosta de trabalho mas de emprego. Essa classe do não transaccionável, do privilégio, da imposição e não audição, na sua pretensa notabilidade.

O caminho da simplificação e da não dispersão é assim o único caminho que leva à satisfação de todos! Houvesse vontade, seriedade e visão e o caminho poderia ser bem outro!

11 de setembro de 2009 às 10:50  
Blogger José Meireles Graça said...

A senhora fuma? Se não fuma, deveria arranjar um viciozinho, da variedade que faz mal à saúde. E tem cuidado com a alimentação? Pois não devia. E faz exercício? Se sim e se isso não lhe dá qualquer prazer, pare. E refreia-se para não cometer excessos? Pois deixe-se, uma vez por outra, ir com a corrente. Com estes poucos conselhos que peço licença para lhe dar (com gosto: conselhos é mesmo a única coisa que tenho o generoso hábito de dar) estou certo que o problema que com propriedade descreve não se porá. E, ao contrário do que é costume com conselheiros, garanto que não é aqui o caso do olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço. Com respeito e admiração, JMG.

11 de setembro de 2009 às 22:59  

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