9.3.10

Os videojogos do nosso descontentamento

Por Joaquim Letria

GRAÇAS A DEUS que Portugal converte a poesia de Jorge de Sena e de Fernando Pessoa em pasta de papel, ao mesmo tempo que é o país onde o mercado de videojogos (consolas e jogos) mais cresceu na Europa.
Para terem uma ideia, deixem-me dizer-vos que em Portugal o crescimento desse mercado foi de 17,6 por cento, o que fez os portugueses gastarem nos videojogos, só no ano passado, 183,83 milhões de euros.
A razão apontada como responsável por este crescimento, num país onde as crianças e os adolescentes jogam cada vez mais “videogames” e falam inglês técnico, mas nascem cada vez menos, é a do aumento do mercado sénior, que sobe exponencialmente, na medida em que há cada vez mais idosos e gente que deixa de trabalhar em Portugal.
Preocupante para os vendedores de jogos e consolas é o envelhecimento progressivo do nosso país. O videojogo mais saudável para os menos jovens é certamente a ginástica da wii, talvez com uma vertente de “cardiofitness”, porque jogos de guerra ou de sucesso na vida começam a cansar aqueles que por eles deixaram a sueca e o dominó. Ou acham que alguém se reforma para só depois matar o chefe e subir de nível?! Já é tarde para isso…
«24 horas» de 9 Mar 10

Etiquetas: