Reincidir no Século de Ouro
Por Joaquim Letria
SE OLHARMOS com atenção para os últimos 10 anos da nossa política teremos de concordar, com perplexidade, que a consciência da classe política está tão imunizada diante da falta de ética e da honestidade que a sua única preocupação é a de proteger o seu partido e fazer os impossíveis por este não ser, nunca, prejudicado.
As mudanças climatéricas que se produziram, antes de mais, na sociedade portuguesa, consistiram no arrefecimento global do espírito humano, por forma a que desaparecesse tudo o que era nobre e louvável, e que todos havíamos conseguido conquistar em anos de luta, de sacrifício e de raciocínio.
Como terá sido possível mergulharmos numa educação e num ambiente que conseguiram gerar uma sociedade capaz de produzir a pior geração de políticos e de cidadãos que se produziram nos últimos 40 anos?
Que mal se fez, e que se pode fazer outra vez bem, para que muitos políticos e gestores públicos voltem a ser outra vez honrados e recuperem o mérito de terem, como preocupação máxima, o bem-estar dos cidadãos?
Voltámos a imitar a decadência do Século de Ouro. Mas agora com culpa maior, pois conhecendo a História, não hesitámos em reincidir.
«24 horas» de 15 Jun 10SE OLHARMOS com atenção para os últimos 10 anos da nossa política teremos de concordar, com perplexidade, que a consciência da classe política está tão imunizada diante da falta de ética e da honestidade que a sua única preocupação é a de proteger o seu partido e fazer os impossíveis por este não ser, nunca, prejudicado.
As mudanças climatéricas que se produziram, antes de mais, na sociedade portuguesa, consistiram no arrefecimento global do espírito humano, por forma a que desaparecesse tudo o que era nobre e louvável, e que todos havíamos conseguido conquistar em anos de luta, de sacrifício e de raciocínio.
Como terá sido possível mergulharmos numa educação e num ambiente que conseguiram gerar uma sociedade capaz de produzir a pior geração de políticos e de cidadãos que se produziram nos últimos 40 anos?
Que mal se fez, e que se pode fazer outra vez bem, para que muitos políticos e gestores públicos voltem a ser outra vez honrados e recuperem o mérito de terem, como preocupação máxima, o bem-estar dos cidadãos?
Voltámos a imitar a decadência do Século de Ouro. Mas agora com culpa maior, pois conhecendo a História, não hesitámos em reincidir.
Etiquetas: JL
3 Comments:
Chamemos-lhe o mal da liberdade de expressão...
Não, não quero dizer que sou contra. Quero dizer que a dita ampla e livre liberdade de expressar públicamente o pensamento e a opinião, esse magnânima conquista, resultou contráriamente ao que poderia ter sido uma via de esclarecimento e de elevação social, de cidadania.
Isto porque imensos vícios se pegaram à liberdade de expressão, de escrita e de informação, tal como o mexilhão se pega à rocha, prevertendo desse modo o nobre objectivo de todas as liberdades.
Hoje, o panorama é de completa irresponsabilidade, quer pelo que se diz, ou escreve, tal como por o que se faz. Estamos todos irresponsabilizados dos actos palavreiros, nunca a palavra teve tão pouco significado, como nestes tempos.
Ouça, meu caro, o calhau de neve a rolar pela encosta abaixo. Quem o pára, como se pára e quando pára? Talvez, um tronco de uma árvore já ressequida, um precipício de profundidade desconhecida ou uma dessas muitas balelas que destroem, num minuto, o que muitos construiram quando estavam lúcidos. O pior é que falar de lucidez em pleno rolamento é um perigo. Dá desastre pela certa, tal como este comentário. Não se aflija, meu caro, que o endireita só entorta. É o país que temos.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 15/06/2010
Lucidez é algo que já não se encontra e de que a maioria se desmobilizou.
Hoje, somos Sísifo(s), mestres da malícia e dos truques, ofensores, bajuladores e manipuladores dos deuses, condenados para a eternida a rolar o matacão, montanha a cima, uma e outra vez, atrás de outra e mais outra vez, numa sequência interminável.
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