Cavaco Silva, a Realidade e o Mito
Por Alfredo Barroso
DEVO ESCLARECER, antes de mais, que nunca subestimei Cavaco Silva, cujo pendor autoritário, mesclado de demagogia e populismo, e alicerçado num apurado sentido da oportunidade, fizeram dele, não só um adversário temível, mas também um dos políticos mais previsíveis que conheci em toda a minha vida activa, que já vai em quase meio século. Há, aliás, duas frases que retive na memória, da autoria de Cavaco Silva, que caracterizam bastante bem o político completamente previsível que ele é.
Uma delas foi proferida em 2005, tornou-se famosa e diz o seguinte: «Pessoas inteligentes, com a mesma informação, chegam às mesmas conclusões». Quem tenha alguns conhecimentos de história, seja do país ou do mundo, seja das ideias ou dos factos políticos, sabe perfeitamente que tal afirmação não é verdadeira. Porque, regra geral, pessoas inteligentes, com princípios, ideias e opções políticas distintas, chegam a conclusões diferentes mesmo quando possuem a mesma informação. É isso, aliás, que está na base dos sistemas democráticos, pluralistas e pluripartidários. (...)
Texto integral [aqui]
Etiquetas: AB
5 Comments:
Parece-me que o traço grosso de AB é um pouco grosso demais.
Se não fossem mencionados nomes nem datas isto poderia ser a visão futura deste nosso presente referindo-se a pelo menos um outro senhor da política activa. E partes atribuíveis a vários, desde há 15 anos.
A conclusão de AB será portanto que eleger Cavaco para PR é um perigo para a democracia. Um traço muito grosso.
Como também não sou "fina", diria que qualquer dos políticos que hoje vivem sob os auspícios do eleitorado, é um perigo para a democracia.
Mas isto digo eu, que não percebo pevas disto.
Boa tarde Dr. Barroso
Ainda bem que estamos em democracia!
Muitas vezes não estou de acordo consigo,hoje bato palmas ao seu artigo.
Sempre que Cavaco foi PM ou PR, as leis tiveram efeitos retroactivos!
PS: Dr.Barroso,como adoro Itália, gostava de saber, se possível se o Dr. é Português, Italiano ou tem dupla nacionalidade.
Cumprimentos
Manuela Diaz-Bérrio
De facto, nasci em Roma no dia 21 de Janeiro de 1945, filho de pai português e mãe italiana, mas fui registado como cidadão português, no Consulado de Portugal na capital italiana, no dia 19 de Fevereiro de 1945.
O meu pai estava em Roma como bolseiro do Instituto de Alta Cultura, a preparar o seu doutoramento em Matemática.
Muito obrigada Dr. Alfredo Barroso
Cumprimentos
Manuela Diaz-Bérrio
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