Os pequeninos armados em vedetas
Por Ferreira Fernandes
OS PEIXES-PILOTOS acompanham o tubarão, limpam-no de parasitas e devem ficar por aí, na sombra. São os secundários do grande actor dos mares: já viram algum filme chamado "Peixe-Piloto", com sequelas "Peixe-Piloto II", "Peixe-Piloto III"?
Aos peixes-pilotos de todos os espectáculos está destinado o anonimato do qual só deveriam sair quando são excelsos na sua insignificância. Foi o caso de Francesc Satorra, responsável há 30 anos do túnel dos balneários do Camp Nou. Há dias, num Barcelona-Real Madrid, José Mourinho meteu o dedo no olho do treinador-adjunto catalão e Satorra foi apanhado mesmo no meio do vídeo escandaloso. Os treinadores adversários naqueles preparos esquisitos e o homem do túnel como lhe competia: impávido, olhar fixo, bigode sem mexer, gravata impecável. Graças à sua total falta de protagonismo, Francesc Satorra virou estrela e apareceu estampado em T-shirts (onde, ironia das ironias, Mourinho e o outro foram apagados).
Entretanto, por cá, o árbitro (peixe-piloto por definição: só são bons quando não se dá conta deles) João Ferreira seguiu caminho inverso. Decidiu ser estrela negando-se a arbitrar um jogo do Sporting porque o presidente do clube chamara incompetente a certos árbitros. Cabia a Ferreira, achando-se insultado, accionar tribunais. Em vez disso, tentou boicotar o espectáculo dos artistas. Azar dele, substituído por um árbitro de escalão inferior, ninguém lhe sentiu a falta.
«DN» de 22 Ago 11OS PEIXES-PILOTOS acompanham o tubarão, limpam-no de parasitas e devem ficar por aí, na sombra. São os secundários do grande actor dos mares: já viram algum filme chamado "Peixe-Piloto", com sequelas "Peixe-Piloto II", "Peixe-Piloto III"?
Aos peixes-pilotos de todos os espectáculos está destinado o anonimato do qual só deveriam sair quando são excelsos na sua insignificância. Foi o caso de Francesc Satorra, responsável há 30 anos do túnel dos balneários do Camp Nou. Há dias, num Barcelona-Real Madrid, José Mourinho meteu o dedo no olho do treinador-adjunto catalão e Satorra foi apanhado mesmo no meio do vídeo escandaloso. Os treinadores adversários naqueles preparos esquisitos e o homem do túnel como lhe competia: impávido, olhar fixo, bigode sem mexer, gravata impecável. Graças à sua total falta de protagonismo, Francesc Satorra virou estrela e apareceu estampado em T-shirts (onde, ironia das ironias, Mourinho e o outro foram apagados).
Entretanto, por cá, o árbitro (peixe-piloto por definição: só são bons quando não se dá conta deles) João Ferreira seguiu caminho inverso. Decidiu ser estrela negando-se a arbitrar um jogo do Sporting porque o presidente do clube chamara incompetente a certos árbitros. Cabia a Ferreira, achando-se insultado, accionar tribunais. Em vez disso, tentou boicotar o espectáculo dos artistas. Azar dele, substituído por um árbitro de escalão inferior, ninguém lhe sentiu a falta.
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