Para lá das quatro linhas
Por Ferreira Fernandes
AFINAL, o Portugal actual do nosso descontentamento também pode ser bem vivido: vejam os sub-20. Esses já interiorizaram que não podem ter férias em Punta Cana: é só jogo raso, trabalho e esforço.
Há 20 anos, tempo de vacas gordas, Portugal era o talento brilhante de João Vieira Pinto, Figo e Rui Costa. Hoje, nada de fogachos individuais, só mediania de cada um, mas um patamar colectivo extraordinário, muito acima da soma das partes.
Quis o destino que anteontem à noite se pudessem ver os dois Portugal ao mesmo tempo. Num televisor (Barcelona-Real Madrid), um Portugal que já não se pode ter, o da prima-dona Cristiano Ronaldo, pensando que todos jogam para ele e que chuta a 40 metros, sem consequência, quando tinha outros para servir, enfim, um Portugal de Mourinho, number one e exibicionista. E que perdeu. Noutro televisor (Portugal-França, sub-20), um Portugal que só pode ter o que tem, que remédio, mas, porque assumiu a modéstia, um grupo coeso. E que venceu.
Só no sábado se saberá se este sub-Portugal atinge os píncaros. Mas, se o conseguir, aqueles que andam a convencer-nos que os tempos são de contenção terão o melhor dos pretextos e o melhor dos exemplos nesta selecção de Fulano e Sicrano (os nomes varreram-se-me). Nos próximos anos Portugal está condenado a ser assim, anónimo e esforçado. E, pelos vistos, ser isso até pode ser bom.
«DN» de 19 Ago 11
AFINAL, o Portugal actual do nosso descontentamento também pode ser bem vivido: vejam os sub-20. Esses já interiorizaram que não podem ter férias em Punta Cana: é só jogo raso, trabalho e esforço.
Há 20 anos, tempo de vacas gordas, Portugal era o talento brilhante de João Vieira Pinto, Figo e Rui Costa. Hoje, nada de fogachos individuais, só mediania de cada um, mas um patamar colectivo extraordinário, muito acima da soma das partes.
Quis o destino que anteontem à noite se pudessem ver os dois Portugal ao mesmo tempo. Num televisor (Barcelona-Real Madrid), um Portugal que já não se pode ter, o da prima-dona Cristiano Ronaldo, pensando que todos jogam para ele e que chuta a 40 metros, sem consequência, quando tinha outros para servir, enfim, um Portugal de Mourinho, number one e exibicionista. E que perdeu. Noutro televisor (Portugal-França, sub-20), um Portugal que só pode ter o que tem, que remédio, mas, porque assumiu a modéstia, um grupo coeso. E que venceu.
Só no sábado se saberá se este sub-Portugal atinge os píncaros. Mas, se o conseguir, aqueles que andam a convencer-nos que os tempos são de contenção terão o melhor dos pretextos e o melhor dos exemplos nesta selecção de Fulano e Sicrano (os nomes varreram-se-me). Nos próximos anos Portugal está condenado a ser assim, anónimo e esforçado. E, pelos vistos, ser isso até pode ser bom.
«DN» de 19 Ago 11
Etiquetas: autor convidado, F.F
3 Comments:
Punta Cana é de borla relativamente ao Algarve. Uma semana em Hotel de 5 estrelas, Tudo Incluído, e é mesmo tudo, com bom vinho francês e espanhol e todo o tipo de cocktails e bebidas, como whisky de 12 anos, custa entre 1.200 e 1.500 euros, com viajem e tudo. Alguém no Allgarve me arranja isso?
Experimente ver [AQUI].
Quando o céu não está nublado, tem MUITO mais de 5 estrelas...
Não sou entendido em futebol, mas não se trata de um desporto colectivo, ainda que possa haver quem se distinga? O Messi, do Barcelona, se fosse figura de capa de revista, seria o jogador que é?
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