Gaspar é o teste do algodão de PPC
Por Ferreira Fernandes
PEDRO Passos Coelho faz política e Vítor Gaspar faz contas. Um, é conversa, outro, é a doer. Como aquele é primeiro-ministro e este é ministro das Finanças, saúde-se a distribuição dos papéis, que foi bem feita.
PPC prognosticou que haveria uma sobretaxa no IRS para "as famílias mais ricas". Foi de político, agitou a bandeira que queria, "rico" (e logo vimos vivendas na Quinta da Marinha e Lamborghinis atacados), mas deixou também cair a palavrinha "mais" que relativizou tudo (o sr. Orlando, mecânico, é mais rico que a D. Maria, porteira).
Só depois VG deu a sua conferência de imprensa, que já começa a ter sobre a sociedade portuguesa o mesmo efeito que uma consulta à próstata causa a um cinquentão. E lá apareceu o aumento da taxa para "rendimentos mais elevados", superiores a 150 mil euros anuais.
Para a D. Maria acima citada, números estratosféricos. Mas quem ouviu, há poucos meses, Diogo Leite Campos (um PSD que sonhou com o lugar de VG, mas depois não deu) dizer que dez mil euros por mês era "classe média baixa", ficou a saber que, ontem, foram ao bolso outra vez à classe média...
Eu não ouso valorizar a medida; estou aqui só para sublinhar que um faz política e outro faz contas. E a pergunta é: isto vai durar? É que ouvi VG dizer: "A situação da Madeira é insustentável." Para PPC isso resolve-se bem, basta fintar como os políticos têm feito sempre ali. Mas o que fará VG: também vai cortar a direito com a Madeira?
«DN» de 1 Set 11PEDRO Passos Coelho faz política e Vítor Gaspar faz contas. Um, é conversa, outro, é a doer. Como aquele é primeiro-ministro e este é ministro das Finanças, saúde-se a distribuição dos papéis, que foi bem feita.
PPC prognosticou que haveria uma sobretaxa no IRS para "as famílias mais ricas". Foi de político, agitou a bandeira que queria, "rico" (e logo vimos vivendas na Quinta da Marinha e Lamborghinis atacados), mas deixou também cair a palavrinha "mais" que relativizou tudo (o sr. Orlando, mecânico, é mais rico que a D. Maria, porteira).
Só depois VG deu a sua conferência de imprensa, que já começa a ter sobre a sociedade portuguesa o mesmo efeito que uma consulta à próstata causa a um cinquentão. E lá apareceu o aumento da taxa para "rendimentos mais elevados", superiores a 150 mil euros anuais.
Para a D. Maria acima citada, números estratosféricos. Mas quem ouviu, há poucos meses, Diogo Leite Campos (um PSD que sonhou com o lugar de VG, mas depois não deu) dizer que dez mil euros por mês era "classe média baixa", ficou a saber que, ontem, foram ao bolso outra vez à classe média...
Eu não ouso valorizar a medida; estou aqui só para sublinhar que um faz política e outro faz contas. E a pergunta é: isto vai durar? É que ouvi VG dizer: "A situação da Madeira é insustentável." Para PPC isso resolve-se bem, basta fintar como os políticos têm feito sempre ali. Mas o que fará VG: também vai cortar a direito com a Madeira?
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