Luz – Tourada, Terceira, Açores, 2011
Fotografias de António Barreto- APPh
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Não gosto de touradas, muito menos quando os bichos estão presos com cordas puxadas por uns tantos rapazolas, bem protegidos atrás dos muros, das árvores ou dos candeeiros. Mas também reconheço que esta modalidade, sem sangue nem farpas ou bandarilhas com arpões, tem muito menos violência do que as outras touradas, a pé ou a cavalo. Já aqui publiquei uma ou duas fotos relativas a uma destas corridas em São Mateus, perto de Angra do Heroísmo. São festas sociais ou romarias onde se come, bebe, intriga, namora e faz negócios. (2011)
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1 Comments:
Pude assistir a duas destas "corridas" em diferentes ilhas nos Açores. O espetáculo, em si, não me impressionou nem aos meus familiares. O que me impressionou foi a vibração com que as pessoas o viviam. Uma das vezes, no caminho em direção à localidade em que ia ter lugar a festa, demos mesmo boleia a um rapazinho que seguia a pé, fazendo o sinal de boleia aos carros que passavam, e pudemos constatar isso mesmo. Aquilo é qualquer coisa muito entranhada na alma e no gosto das pessoas. Porque não podíamos seguir, uma vez que a estrada era palco das ações, e estava impedida, assistimos a tudo, lá bem no alto da berma, encarrapitados num murito. Não há qualquer violência nestas corridas, excepto algum trambolhão de rapazes menos lestos... Mas houve outra coisa que chegou a assustar-nos: foi a ligeireza com que o toiro chegou a subir por ali acima chegando com os chifres aos nossos joelhos; o petiz que tinha ao colo nem por isso se assustou, mas o mesmo não posso dizer de mim mesmo.
Violência, violência a sério, é a que os nossos politicões e espertalhões exercem sobre os cidadãos, sem que os "arpões" da honradez, da vergonha e da justiça lhes causem qualquer perturbação. Isso sim.
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