Mas eles não ouvem o que dizem?
NENHUM político dos partidos que vão a votos para nos governar (PSD, PS
e CDS) diz outra coisa desta crise: ela é séria. Séria? Muito séria.
Muito, mesmo? Mesmo. É o que me têm dito. Eu ainda na dúvida, isto
passa, mas eles, definitivos: a crise é séria. Eles convenceram-me.
No
dia 6 de junho de 2011 - deixem-me lembrar o dia: tínhamos ido votar na
véspera para o Governo que deveria combater essa séria crise - eu já
estava convencido. Sei-o porque, nesse dia 6, escrevi aqui que, sendo
tamanho o desafio, eu esperava tudo de todos. Se fosse preciso trabalhar
mais, eu iria trabalhar mais, se fosse preciso ganhar menos, eu iria
ganhar menos, e assim por diante.
Dos políticos dispostos a
governarem-nos isso significaria que, sendo a crise o que era, desses
políticos, eu esperaria que nos governassem. Juntos, porque a crise era
de todos; comprometidos, porque as soluções não eram evidentes e teria
de haver muito diálogo; e fortes, porque precisávamos de reconhecer
liderança em quem nos ia exigir tantos sacrifícios. Conservadores, o
PSD, o CDS e o PS preferiram a solução fácil e fraca: um governo só de
direita. "Só" é a palavra certa, quer dizer pouco para o que era
necessário. Conservadores, o PSD, o CDS e o PS foram também incoerentes:
então a crise não era mesmo séria?
Um ano e três meses depois reparo
que a incoerência se agrava, até a solução tipo "só" estremece... Nem é
pedir muito, oiçam o que dizem: a crise é séria.
«DN» de 18 Set 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home