29.3.13

Exportamos rubros tomates e produzimos menos lixo

Por Joaquim Letria
ALGUNS leitores mais atentos notaram já, acertadamente, que esta semana inaugurei nestas crónicas um novo ciclo: o de elogiar a crise, o desemprego, a pobreza e as dificuldades, embora não tenha ganho ainda balanço suficiente para conseguir dizer bem do Governo.

Não ter carro, não ter casa e não ter trabalho, - dizia eu  ironicamente, está bom de ver – tem o seu encanto, pelo que nos liberta de IMI e de rendas,  de preços de gasóleo e de super, de chefes, patrões, horários e  colegas. Ser pobrezinho parece ser um descanso, não se pensa em Chipre não se sonha com a Merkel, quer-se lá saber do Obama!

Eis, então, o meu contentamento posterior a essa crónica ao encontrar novos factos que parecem louvar a crise e as dificuldades a que os portugueses estão entregues. Noto, em primeiro lugar, o êxito que é para as nossas Relações Exteriores o nosso bem-amado ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, ir ao Japão acompanhado por nove fábricas de transformação de tomate e mais outras seis empresas desse sector. Os nipónicos nunca tinham vista nada assim!

Paulo Portas não leva pasteis de nata nem rissóis de camarão consigo, mas não se esquece do rubro tomate lusitano, sector que já consegue pôr no estrangeiro 10 % da sua produção, esforço de assinalar que, por certo, encherá de orgulho a centrista ministra Assunção Cristas, que tanto se esforça por fazer render a agricultura.
Mas a crise não se fica por aqui em boas notícias. Vejam só que a produção do lixo urbano caiu em 2012 para os níveis mais baixos desta década. Dentro de dois anos, em consequência da diminuição do consumo e da produção industrial, o lixo urbano em Portugal deverá cair ainda, antes de 2015, para menos de 12%! Ou seja, mesmo com o lixo que os políticos dão sinais de continuar a produzir, a crise e as dificuldades asseguram que Portugal produzirá muito menos poluição!   

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

Pois, caro Joaquim Letria

E se nos habituarmos a não comer fazemos enorme poupança e, logo que nos habituemos, nem vai custar nada.

E o governo há-de ficar contente.
E nós devemos passar a elogiar o governo. Que os maganões do governo merecem.

Oh, se merecem.

29 de março de 2013 às 20:02  

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