O dia mais importante do ano, para já: ontem
Por Ferreira Fernandes
O PRÓPRIO das armas é serem assustadoras mas as químicas ainda são mais.
Recentemente (Ruanda, 1994), catanas talvez tenham morto mais gente do que nunca o gás fez num só conflito e uma bomba atómica pode devastar como um só ataque químico não consegue. No entanto, o uso de armas químicas foi internacionalmente banido há muito e, desde 1995, a Convenção de Armas Química proibiu a simples posse. Porquê o tratamento especial? Porque elas podem ser banalizadas quase como catanas e com efeitos arrasadores quase como bombas atómicas. Podem ser incontroláveis, cair nas mãos de pequenos grupos e ter efeitos letais em massa. Daí os Estados terem uma preocupação contra as armas químicas que, infelizmente, não se estende a outras.
Na guerra civil síria ocorreu, a 21 de Agosto, um ataque de gás sarin que os americanos garantem, mas não provaram, ser obra do governo. Obama ameaçou retaliar para não deixar a violação da lei internacional impune.
A guerra síria é um dilema, de um lado, um ditador, do outro, terroristas. Até ontem, o dilema não tinha saída, tanto mais que um ataque americano iria desestabilizar mais o barril de pólvora (e de sarin?) que é a região. Mas, ontem, o secretário de Estado John Kerry admitiu que a entrega dos arsenais de armas químicas por parte do governo sírio poderia fazer recuar o ataque americano. Moscovo já aconselhou o seu aliado sírio a ceder.
Para já, ontem foi o dia mais importante deste ano.
«DN» de 10 Set 13 Etiquetas: autor convidado, F.F
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home