9.9.13

O que tem o gás de pior que outras armas?

Por Ferreira Fernandes
OS ALEMÃES foram os primeiros, a 22 de abril de 1915, gaseando franceses e ingleses, seis mil mortos, em Ypres. Sobre o horror da Grande Guerra, nas memórias, ao lado da palavra "trincheira", a "máscara de gás" é a que vem logo a seguir. Mas entre todas as vítimas, 16 milhões, só dois por cento foram por gás. No entanto, lembrou ontem o International Herald Tribune, as nações apressaram-se a pôr alguma ordem nas guerras: o Protocolo de Genebra, em 1925, proibiu o uso das armas químicas. 
De vez em quando, nas guerras escondidas, italianos na Abissínia e japoneses na China, voltaram a ser utilizadas. Mas, é sintomático, os alemães, na II Guerra Mundial, já não as usaram nos campos de batalha. 
Nos tempos recentes, a guerra química, depois de ter sido usada por Saddam Hussein contra os curdos, voltou, agora, a 21 de agosto, matando 1500 pessoas na Síria. Outra vez uma percentagem baixa, quando a guerra civil síria já leva cem mil mortos, mas que é pretexto de retaliação internacional. Então, o que têm as armas químicas de pior que as outras? São caixa de Pandora e fáceis de usar. Por uma vez, o cinismo das nações é útil: aquelas armas podem, de facto, fazer as guerras sair da alçada dos exércitos. Logo, a indignação de Obama e de Hollande, sincera ou não, é prudente. É preciso que todos os governos reconheçam o tabu do gás como arma. Esse princípio está certo. Mas como o aplicar? A impotência, já se viu, leva quase um século.
"DN" de 9 Set 13

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1 Comments:

Blogger Táxi Pluvioso said...

Os dois salvadores da esquerda europeia, Obama e Hollande, salvarão o mundo. boa semana

9 de setembro de 2013 às 10:21  

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