24.2.14

Marcelo arromba Belém de Chaimite

Por Ferreira Fernandes 
No sábado, Marcelo Rebelo de Sousa, o malhador, entrou no Coliseu. O malhado, Passos Coelho, começou por o ouvir com cara de "deixe-me o seu contacto que logo lhe telefono". Marcelo abriu assim: "Porque é que eu estou aqui?" Por causa do espetáculo da Ana Moura não seria, só se produz para o mês que vem. Não, o espetáculo iria ser uma rábula de Marcelo, o distraído. As prometidas negas a lá ir, afinal, eram só por não se ter dado conta da data redonda do partido: "Caramba, 40 anos! Comecei a ficar comovido." Quando fica comovido, sabe-se, Marcelo desdiz-se. Não comovido, também, mas não me estraguem o raciocínio. Então, ele marchou para o Coliseu, tão discreto como há 40 anos quando arrombou de Chaimite, contou, a porta da primeira sede do PPD. Tinha, então, 20 anos e picos. Hoje, ele diz-se "velho" (leia-se: tem mais de 35 anos, com todas as implicações constitucionais para o que pode ser eleito). Fora ali, apesar dos avisos de amigos: "Vão pensar que estás a fazer-te ao piso para qualquer coisa..." Pausa. Marcelo é delicioso a fazer pausas, as pausas dele querem dizer que ele disse mesmo aquilo que quis dizer. "Vim aqui por uma razão afetiva." Em clubes, o afeto dele vai para o Braga; em sonhos, para o Belenenses. Meia hora de discurso e, no último minuto, uma hesitação: "Eu ia dizer "eleição do Presidente da República", mas isso prestava-se a más interpretações..." Com Marcelo, as más interpretações são sempre as boas.
«DN» de 24 Fev 14

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1 Comments:

Blogger Leo said...

O homem Marcelo esclareceu que seguia de táxi pela 2ª Circular quando resolveu inverter a trajetória e rumar ao congresso do PSD, acreditando como sempre acreditou que o povo é estúpido e papa tudo o que ele diz.
O homem estava era a roer-se todo por faltar ao congresso. Quem não aparece é esquecido e há tachos para distribuir, nomes para fazer saltar do limbo.
Pessoalmente considero o Sr. Marcelo fútil, intriguista, falso, tagarela e pedante. Não me parece merecedor de confiança política, até porque já lhe foi dada essa confiança que desaproveitou por incompetência e não por culpa da equipa que ESCOLHEU como ele próprio afirma com a maior deselegância.

24 de fevereiro de 2014 às 18:25  

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