Radicais islâmicos cada vez melhor
Por Ferreira Fernandes
A coisa compõe-se. Os jihadistas lá continuam a sua marcha sobre Bagdad, com forte probabilidade de a tomar, é certo. E certo também é que assusta ver como um comboio de jipes brancos Toyotas, mais parecendo um rali de turistas no deserto, não pode ser detido por um exército. Mas a coisa compõe-se. Mais do que a força dos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), o raid denuncia a fragilidade do Estado iraquiano. Porém, há uma boa notícia e essa é que a ofensiva é feita pelo EIIL. Estes, entre os maus, são mesmo maus. Política não é com eles. Eles são como os seus sócios do Boko Haram, os radicais islâmicos nigerianos que raptam meninas para as vender ou fazê-las escravas sexuais - e dizem-no. Como escrevi na altura: abençoados os maus que se julgam iluminados e prescindem de enganar os homens. Os combatentes do EIIL andaram a fazer o tirocínio do paraíso na Síria. Em público, cortavam mãos e faziam crucificações. Para as vítimas é o horror, como o é para as meninas nigerianas. A estas não lhes servirá de consolo, mas o facto é que tais métodos não fazem prosélitos entre as pessoas comuns. Chama tarados (e o EIIL é o principal recrutador de jovens islâmicos da Europa) mas não cria raízes. Ora o pior destes fascistas religiosos são as ideias, que essas sedimentam-se. Quando se limitam à faca afiada só juntam bandos. Qualquer imã radical que discursa em Londres é mais perigoso para a liberdade.
«DN» de 13 Jun 14Etiquetas: autor convidado, F.F
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