A indústria dos milagres não entra em crise
Por C. Barroco Esperança
Não compreendo o entusiasmo com que os cruzados degolavam infiéis, a
euforia com que a Inquisição incinerava bruxas, ímpios e judeus, o dever
cristão de denunciar pais, irmãos e filhos, suspeitos de heresia, nem o
gozo da combustão de livros heréticos.
Não aprendi a gozar jejuns, a deliciar-me com cilícios ou a extasiar-me com a castidade. Sou um indivíduo falhado para a vida eterna e um problema para o qual a democracia e os hábitos atuais não têm solução. (...)
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