Margão
Por Antunes Ferreira
Um destes dias fui a Margão
considerada a segunda cidade do estado de Goa. É mais populosa do que Panjim,
mas nunca teve aspirações a ser capital. Recordo o que aprendi em 1980 em que
vim à terra que me enfeitiçou, pela segunda vez, já que a primeira goesa que
também o fez é a minha mulher Raquel. Tenho falado tanto dela (dela, da minha
cara-metade. Margão é interessante e de certa forma empolgante.
Situa-se nas margens do rio Sal e
goza do prilégio de ser uma das mais antigas cidades do estdo. A construção
civil é uma bomba um tanto descontrolada, o que orgina que ela tenha o indice
de maoir crescimento. Quando chega um cidadão anónimo - o que é o meu caso -
depara-se com uma entrada da cidade pejada de casas coloniais dos tempos dos
Portueses, algumas a caminho do final, remendadas, sem quaisquer modificações
ou melhoramentos em risco que queda no nada.
Tem, ainda mansões famosas, que mais
parecem palácios, infelizmente muitas em estado de degradação. É muito caro
mantê-las como é evidente; dez/onze divisões, cozinhas (duas ou três)
sanitário, muitas delas com capelas próprias. Não há rupias nem paciência que
motivem os seus donos. Há ainda os que emigraram em busaca de melhor vida e os
que fizeram das terras onde vivem as suas "próprias" terras..
No seu centro está plantado o jardim
Ali Khan uma oferta do chefe dos ismaelitas. À roda há uma colmeia que percorre
as lojas mais diversas recheadas de todas as mercadorias. Logo me lembro que
também em oitenta me disse uma prima direita (há as "tortas", ou seja
em segundo, terceiro e quarto grau e não sei se mais.Talvez de marcha-atrás...)
Trazia-me aqui a vontade de ver pela
primeira vez o crematório hindu e muçulmano, curiosamente situados na chamada
rua das saudades... E vi-os, sem tirar fotografias po dois motivos, a saber:
porque sou uma abécula ao tentar manejar o smartfone que só me serve falar com
outra gente, no resto nada. A segunda foi porque o meu condutor/seceretário Premanand
(que a passar destes momentos é também meu filho...)me avisou para o não fazer
senão caíamo o Carmo e a Trindade. Óbvio que ele não usou a expressão, mas mais
vale estar prevenido.
Ainda fui ver como estava o mercado
Afonso de Albuquerque que continua a ser assim denominado. Estava como sempre,
pejado de gente católica e hindu, pois os muçulmanos em Margão são
minoritários, ainda que não se fale no Daesh... À minha espera em frente de um
edifício que já conhecia bem, a câmara municipal, estava o senhor Rosário que
nem sabia se era primo de alguém, mas tinha de sê-lo naturalmente.
O senhor Manuel do Rosário de
Fátima, que já estivera em minha casa na capital do "Império" e
comera um almoço de... cozido à portuguesa, levou-me ao café Longuinhos que em
tempos fora um dos ex-libris de Margão e que eu conhcera em 1980. Modificações
no estacelecimento? Está muito pior com um ar de capela mas sem a cruz. O tempo
não se compadece com reliquias.
Voltamos a Panjim, mais precisamente
a Miraramar. E, uma vez mais o tânsito na cidade eminentemente comercial é um
cataclismo. Sempre a vi assim e não era hora de ponta. Olhem lá: e não era.
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