AROMAS E SABORES DO ALENTEJO (Em homenagem a Maria de Lurdes Modesto, amiga de infância grande mestra na cozinha tradicional portuguesa)
Por
A. M. Galopim de Carvalho
Numa arte de cozinhar que recebeu
aromas e sabores trazidos, entre outros, pelos ocupantes romano e visigótico e,
depois, pelo invasor muçulmano, a cozinha do Alentejo, a par dos seus cantares,
é uma expressão cultural bem conhecida e devidamente apreciada. O povo que
resultou desta mistura e que aqui se fixou, descobriu e aperfeiçoou, ao longo
de gerações, aromas e sabores que foram transformando o simples acto
fisiológico de ingerir alimentos, num outro, marcado pelo prazer, quer o dos
sentidos, quer o da convivência. Aliás, comer, do latim comedere,
significa tomar os alimentos em companhia, posto que radica no verbo edere que, por si só, significa esse
acto de ingestão, antecedido do elemento cum,
que alude à ideia de companhia e que é o mesmo prefixo com que se fizeram as
palavras convivência e companhia
Perfeito conhecedor deste povo instalado
a sul do grande rio ibérico, Alfredo Saramago (2001), lembrou que, desde muito
cedo, o alentejano entendeu que comer
era, não só, um acto necessário e imperativo de sobrevivência, como
também uma forma superior de contentamento e é por isso que, quase sempre, há
cante a meio ou no fim das suas confraternizações à mesa.
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