Sem Emenda - As Minhas Fotografias
A Batalha, o tempo e
o skate – O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, do gótico tardio, é um dos
mais belos monumentos portugueses. As suas “Capelas imperfeitas”, que nem os
homens nem o tempo terminaram, são considerados exemplos importantes do
“Manuelino”. O mosteiro está hoje bem conservado, acolhedor e sempre a oferecer
surpresas de pontos de vista e de novos segredos. É um dos mais visitados de
todo o país. Aqui se vê o tempo que passou, na sua versão de escultor. A cor da
pedra, as imperfeições e o desgaste do tempo aumentam a beleza do edifício e
conferem-lhe peso da história. A pedra parece quase um ser vivo que envelhece,
se escurece e suaviza. Na sua frente, outro paradoxo do tempo. Um jovem de
skate parece levitar, certamente familiar com o sítio e o seu espírito, passa
ao lado, desprevenido, sem dar sinais de estar comovido com uma das jóias da
arquitectura monumental e religiosa portuguesa e europeia. Lá dentro, em
repouso do tempo, para sempre, D. João I e Dona Filipa de Lencastre com seus
filhos Fernando, Henrique, Duarte, Pedro, Isabel e João… A “Ínclita geração”,
segundo Camões.
DN, 27 de Novembro de 2016
Etiquetas: AMB
2 Comments:
Muito bem.
Mas nas proximidades de um monumento de tal importância, e dado que o pavimento, como o edifício, é de pedra calcária, que é relativamente mole, a prática do "skating" no recinto devia ser proibida, pela erosão e riscos que seguramente faz no chão ou mesmo na base das paredes.
Para que aquela jóia possa ser estimada e conservada. Como devia.
Um belo monumento, que visitei várias vezes, sempre devagarinho.
Concordo com a observação de José Batista quanto à prática do skate.
rdacunha
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