28.11.16

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

A Batalha, o tempo e o skate – O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, do gótico tardio, é um dos mais belos monumentos portugueses. As suas “Capelas imperfeitas”, que nem os homens nem o tempo terminaram, são considerados exemplos importantes do “Manuelino”. O mosteiro está hoje bem conservado, acolhedor e sempre a oferecer surpresas de pontos de vista e de novos segredos. É um dos mais visitados de todo o país. Aqui se vê o tempo que passou, na sua versão de escultor. A cor da pedra, as imperfeições e o desgaste do tempo aumentam a beleza do edifício e conferem-lhe peso da história. A pedra parece quase um ser vivo que envelhece, se escurece e suaviza. Na sua frente, outro paradoxo do tempo. Um jovem de skate parece levitar, certamente familiar com o sítio e o seu espírito, passa ao lado, desprevenido, sem dar sinais de estar comovido com uma das jóias da arquitectura monumental e religiosa portuguesa e europeia. Lá dentro, em repouso do tempo, para sempre, D. João I e Dona Filipa de Lencastre com seus filhos Fernando, Henrique, Duarte, Pedro, Isabel e João… A “Ínclita geração”, segundo Camões.

DN, 27 de Novembro de 2016

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2 Comments:

Blogger José Batista said...

Muito bem.
Mas nas proximidades de um monumento de tal importância, e dado que o pavimento, como o edifício, é de pedra calcária, que é relativamente mole, a prática do "skating" no recinto devia ser proibida, pela erosão e riscos que seguramente faz no chão ou mesmo na base das paredes.
Para que aquela jóia possa ser estimada e conservada. Como devia.

28 de novembro de 2016 às 19:39  
Blogger 500 said...

Um belo monumento, que visitei várias vezes, sempre devagarinho.
Concordo com a observação de José Batista quanto à prática do skate.
rdacunha

29 de novembro de 2016 às 18:42  

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