26.2.17

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Luz em Serralves, Porto – Dominar e guiar a luz devem ser antigas ambições dos humanos. Organizar o espaço e os edifícios de modo a que seja possível orientar a luz é uma das artes da arquitectura. Em alguns casos excepcionais, como em Alcobaça, por exemplo, tem-se a impressão de que a luz é trazida por força invisível. Com Siza Vieira, na Igreja do Marco de Canavezes ou em Serralves, tem-se uma sensação forte e mais estranha: chega a pensar-se que o arquitecto leva a luz, à mão, pelos corredores e pelas salas, até a colocar onde ele quer. Pode mesmo imaginar-se que, com este Mestre, a luz não se desloca em linha recta, mas escorre, cai e contorna os objectos e as paredes em ondas curvas. Ou fica imóvel, suspensa. Esta imagem foi feita no Museu de Serralves, construção recente (1999), acrescentada ao conjunto da Casa de Serralves (que data dos anos 1940). É um momento de luz especial. Como quase sempre com Siza Vieira, Mestre da luz.
DN, 26 de Fevereiro de 2017

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1 Comments:

Blogger Janita said...

Ao ler este seu texto, onde através de palavras simples e facilmente entendíveis, nos explica a importância da luz e do seu magistral efeito na beleza interior da arquitectura moderna, veio-me à ideia aquela tarde longínqua em que me cruzei consigo no final da Rua de Cedofeita, perto da quase extinta Ordem do Carmo. Se eu fosse só, passaria por si, olhava-o e seguiria o meu caminho, mas a pessoa que me acompanhava travou-lhe o passo - contra a minha vontade - e fez questão de trocar umas palavras consigo.
Afável, sorridente, de uma simplicidade encantadora, não se escusou a trocar umas palavras com uma pessoa desconhecida.
Uns passos atrás, pude apreciar que não mostrou enfado, e sabe? Eu que até nem simpatizava muito consigo, fiquei a gostar de si.
Congratulo-me por esta oportunidade de lho dizer, após a passagem de algumas décadas, caro António Barreto! :)

Cordiais saudações.

26 de fevereiro de 2017 às 13:05  

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