4.5.17

A amnésia do fascismo na União Europeia (UE)

Por C. Barroco Esperança
Quando Jörg Haider, governador da Caríntia, foi indicado para chanceler, em 2000, a UE impôs o cancelamento da nomeação do líder do Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de extrema-direita.
O político que elogiou a política de emprego do Terceiro Reich, nacionalista, xenófobo e homofóbico, morreria com uma taxa de alcoolemia de 1,8 gramas por litro de sangue (a conduzir a 142 km/h o carro oficial, onde o limite máximo era de 70 km), no regresso de um bar gay, deixando inconsolável o seu sucessor, como líder da Aliança para o Futuro da Áustria (BZÖ), com quem mantinha uma oculta e tórrida relação amorosa.
Dezassete anos passados, a Hungria e a Polónia têm líderes de extrema-direita e apenas têm de conformar-se com as eleições nos prazos previstos. A UE perdeu força, para se indignar e impedi-los de governar.
Em 2002, quando Jean-Marie le Pen chegou à segunda volta das eleições presidenciais, a revolta desceu às ruas, em protestos, na França e em toda a Europa, contra o perigo do “fascismo”, que menos de 20% dos eleitores sufragariam. Quinze anos depois, a filha mais do que duplica o eleitorado e até se teme que possa sair vitoriosa do confronto.
Em menos de duas décadas, o intolerável tornou-se banal e o escândalo respeitável. Não se repete o sobressalto cívico de há 15 anos. Sete décadas depois da derrota do nazismo, esquecido o horror, o ultraliberalismo económico conduziu os países para um beco onde a direita e a extrema-direita são escolhas únicas.
Pior do que a pobreza das opções dos franceses são as advertências que chegam. O nazi / fascismo parece ser uma questão apenas adiada na sua dramática ressurreição. Do Reino Unido aos EUA, da Turquia à Arábia Saudita, da Síria à Líbia, um pouco de todo o mundo, são cada vez maiores as ameaças que perturbam a UE.
Ponte Europa / Sorumbático

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4 Comments:

Blogger Ilha da lua said...

Este comentário foi removido pelo autor.

6 de maio de 2017 às 22:22  
Blogger Ilha da lua said...

Para a União Europeia ,a democracia era um dado adquirido Embalada,por esta ideia tornou-se laxista...Olhou,com algum paternalismo,para todos os extremismos..,Perdeu-se no acessório,esquecendo o essencial ... Envelheceu...Vai,perdendo a memória

6 de maio de 2017 às 22:34  
Blogger Carlos Esperança said...

Ilha da Lua:

É esse laxismo que perturba um europeísta como eu, em fim do ciclo biológico.

Não gostaria de deixar os meus descendentes sujeitos à ditadura que sofri e às mais sangrentas que existiram na Europa Ocidental (para falar só das de extrema-direita, as únicas ora previsíveis).

O risco existe.

7 de maio de 2017 às 00:20  
Blogger Ilha da lua said...

Tem toda a razão !O risco existe! Esperemos não deixar tão pesada herança às novas gerações ..,

7 de maio de 2017 às 01:22  

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