2.12.17

DESILUDA-SE A DIREITA, ESTE GOVERNO ESTÁ PARA DURAR


Por A. M. Galopim de Carvalho
Já vai algum tempo que  não me meto na política nacional.
Sempre que o faço, sujeito-me a comentários discordante dos dois lados do leque partidário, o que é respeitável e bom, revelado de uma liberdade, apreciada, sobretudo, pela minha geração, que sentiu na carne falta dela. Devo dizer que, pura e simplesmente, bloqueei os autores dos comentários desrespeitadores da boa educação.
Eis, pois, o que hoje me ocorre dizer sobre a situação política nacional., depois de uma madrugada a preparar os textos que  coloquei nesta minha página do FB.
“Como nos aviões que, ao ganharem altitude, atravessam a espessa cobertura de nuvens e atingem o esplendor do céu e da luz, acabámos de sair desta escuridão em que, com excepção de uns tantos privilegiados, fomos levados a viver.” Escrevi, em finais de 2015, quando, caiu o governo de Passos Coelho, conduzido sem qualquer sensibilidade social, em submissão a uma União Europeia cada vez mais afastada dos princípios que a fundaram, e sob a conivência do então mais alto magistrado da Nação. Escrevi, ainda que tenho esperança que o governo agora presidido por António Costa vingue e desminta os maus presságios que uns, hábil e interesseiramente, e outros, convicta, alienada e ingenuamente, anunciam.
Respirámos de alívio com o fim de uma governação de má memória que conduziu os nossos destinos entre 2011 e 2015, nos asfixiou e empobreceu, destruindo muitas das nossas valências económicas, a par de escândalos de corrupção descarada e impune e do aumento do número e da riqueza dos ricos. De então para cá assistimos ao ressurgimento da economia e à redução do flagelo de desemprego e ao estancar da emigração de uma juventude que a democratização do ensino qualificou a níveis nunca antes conseguidos.
Alienados pela máquina do poder e ainda marcados por receios antigos, foram muitos os portugueses que não ousam questionar um governo que lhes mentiu, os desprezou e maltratou. Porém, os legítimos representantes da maioria dos portugueses puseram fim a um pesadelo de quatro longos anos. Vitoriosa nas urnas mas sem maioria para governar, esta direita viu o seu programa reprovado no Parlamento,
António Costa e os partidos à sua esquerda que, não obstante as grandes e respeitáveis divergências ideológicas, continuam a dar-lhe o inteligente e sábio apoio, têm sabido manter compostura democrática face aos ataques soezes que não cessaram de lhe serem dirigidos. António Costa, o PCP, o BE e o PEV sabem bem que a direita não perdoa e que, ajudada pela forças que bem conhecem cá dentro e lá fora, têm tentado e vão continuar a tentar o possível e o impossível para derrubar o governo e minar os entendimentos conseguidos.      Foi, por exemplo, no ano passado, a onda amarela, por ocasião do anúncio dos cortes de financiamento aos colégios privados, Foi, este ano, a vergonhosa, consertada e descarada oposição ao governo e ao primeiro ministro face ao drama e à tragédia dos fogos florestais, cujo número, intensidade e extensão permitiram, a muitos, suspeitarem terem sido o resultado de uma acção organizada. Foi o “roubo” de material de guerra em Tancos e o imediato aproveitamento político por parte da oposição. Foram as análises e recomendações (as “palavras duras”, como alguns se lhes referiram) do Presidente da República, quanto a mim necessárias e certeiros, que a direita aproveitou, fazendo dele um aliado, na luta política que a democracia, felizmente, consente. Mas enganou-se. Marcelo tem outros objectivos que não são difíceis de adivinhar e que eu, quase diria, outras certezas. Foi o caso da Legionella pneumophila e das mesmas vozes que logo se fizeram ouvir. Só falta acusarem o ministro Luis Capoulas Santos pela seca extrema que está a afectar gravemente a nossas agricultura e pecuária, e a Ministra Ana Paula Vitorino, pelo mau estado do barco que naufragou ao largo da Figueira da Foz e pela morte de quatro malogrados pescadores.

Todos sabemos que os tempos que se avizinham continuarão a ser difíceis mas, comprovadamente melhores do que os vividos entre 2011 e 2015. Não queremos voltar para trás. Estamos a viver com menos dificuldades e esperança de melhores dias, com um governo que nos respeita e nos tem vindo a restituir a dignidade.

Etiquetas:

5 Comments:

Blogger 500 said...

Nem mais, professor.

2 de dezembro de 2017 às 17:30  
Blogger opjj said...

Caríssimo Dr. Galopim continuo a pensar que V.Exª vê o mundo conforme os seus interesses.
Meu Pai se fosse vivo tinha 112 anos.Trabalhou no duro desde miúdo, até levou chibatas para apanhar mais azeitona.De esperto, pôs um fundo falso no cesto e lá apanhava cestos mais rápidos.
Aos 100 anos, com um dos seus comentários derrotou-me.
Disse-me " Sabes;QUEM HERDA É FÁCIL VENDER" e outro " ÉS LIVRE DE SER RICO"
Há por aí uns iluminados que nunca deram um emprego mas reprovam quem deu e dá, a 40.000.IRONIA!
V.Exª Como pessoa inteligente, certamente que percebe o antes e o depois.
Penso eu de que!
Cumps.

2 de dezembro de 2017 às 19:14  
Blogger SLGS said...

Sr. Professor, pare um bocadinho...para pensar...

3 de dezembro de 2017 às 17:51  
Blogger Ilha da lua said...

Sr Professor Leio com atenção todos os seus artigos,com especial agrado os de cariz científico.No entanto,desta vez,não posso concordar com análise que faz da situação actual.Gostaria de ter esperança em melhores dias...E,quanto ao respeito que o governo tem por nós...há muito para dizer

4 de dezembro de 2017 às 13:09  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Eu podia escrever aqui acerca dos partidos e da classe política portugueses, mas isso implicaria retirar tempo aos meus netos, e eles não merecem isso.

4 de dezembro de 2017 às 16:38  

Enviar um comentário

<< Home