8.3.05

A Quota... parte

Muito se tem falado do facto de o governo de Sócrates (tal como a bancada parlamentar do PSD) ter poucas mulheres, quando elas são cerca de 50% na nossa sociedade.

Mas porque é que o critério da repartição há-de ser o sexo e não qualquer outra especificidade?

Vejamos o que sucede num clube onde o número de sócios é ímpar e - pior ainda - um número primo!

(Vemos aqui um canhoto daltónico, a quem vai ser cortado um pedaço - como n' «O Mercador de Veneza»... -, por forma a que o clube a que pertence possa ter 1/57693 de pessoas com essas carcterísticas)
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A Quota… Parte
(...) ultimamente, apareceram (na «Sociedade Filarmónica, Filantrópica e Recreativa "OS PRIMOS"») uns patuscos com a teoria das quotas:
Segundo eles, o clube tem de ser composto por 1/2 de mulheres, 1/231 de simpatizantes da Académica e 1/5327 de anões - entre outras especificidades.
Mas acontece que o número de membros do clube é primo e, por definição, só divisível por si mesmo e pela unidade.Assim, teríamos de ter… fracções de pessoas!
Estava eu nestas elucubrações (a ver como é que ia arranjar 1/7 de um albicastrense e 1/5 de um benfiquista...) quando o meu primo Malaquias, acabado de chegar do karaté, se sentou ao pé de mim, esticou as pernas e, com um longo suspiro de extremo cansaço, fez saber ao mundo:
«Bolas, que estou todo partido!»

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A história até podia acabar aqui, mas não acaba.

É que, por uma natural associação de ideias, já eu estava a imaginar pessoas desmembradas e cortadas aos bocados quando o Malaquias, depois de se inteirar melhor da minha preocupação, comentou, levantando-se:

«Ora, isso não tem pés nem cabeça!»
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Extracto do livro «Jeremias e as Incríveis Consultas do Dr. Reboredo», em http://www.jeremias.com.pt/