14.6.05

Os tsunamis e as conversas-de-chacha

UM dia, assisti a uma apresentação de produtos para segurança de construções.

Mostrava-se um vídeo bastante convincente, e havia uma ideia que ficava bem clara:

Quer se trate de um edifício a desabar, quer de um ramo a quebrar, há sempre «sinais de aviso» que podem ser detectados (e, em geral, a tempo de se agir); a empresa comercializava, precisamente, detectores para esse efeito.

VEM isso a propósito de dois tsunamis.

O primeiro, o de 26 de Dezembro 2004, que suscitou, em Portugal, a velha questão do «E se fosse cá?» - com a agravante de se comemorarem, em breve, os 250 anos do «nosso».

A resposta foi que o assunto estava em estudo; mas recentemente soubemos que o cabo de fibra óptica custa 15 milhões de euros - e, com isso, ficou tudo dito...

O segundo foi o que, um dia destes, varreu a praia de Carcavelos.

Em casos do género há sempre as mesmas cinco reacções:

DO POVÃO, que exige que se mate, esfole, deporte (ou uma combinação das três coisas);

DA POLÍCIA, que nem previne as situações nem as reprime convenientemente;

DOS TRIBUNAIS, onde os juízes se limitam a cumprir a lei, mandando embora, as mais das vezes, os acusados;

DOS SOCIÓLOGOS, que vão a correr estudar as causas do fenómeno;

DOS POLÍTICOS, que durante alguns dias se mostram muito preocupados com o assunto.

Fica apenas uma dúvida: quais os candidatos autárquicos das zonas envolvidas que já abordaram este problema em termos sérios, e o que foi que disseram?

Refiro-me ao que possam ter dito «ANTES», evidentemente; dado que, «DEPOIS», talvez tenham debitado meia-dúzia de lugares-comuns - como qualquer patarata é capaz de fazer.

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NOTA: Este texto foi também publicado no «Diário Digital» em 15 Jun 05 e no dia seguinte, numa versão mais simples, no jornal «metro» (com destaque e foto).

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Moro numa zona relativamente central mas onde há assaltos todos os dias(e por vezes mais do que um por dia).
São assaltadas casas, carros, lojas, parquímetros, quiosques dos CTT, transeuntes, e tudo o mais que apareça.
No entanto, quanto a agentes da PSP... PASSAM-SE DIAS INTEIROS QUE NÃO VEJO UM ÚNICO!!!
Às vezes, lá passam de carro, mas sempre a andar...
Só não lhes digo que "vão passear" porque parece que é isso mesmo que já andam a fazer!

Rosário M.F.

14 de junho de 2005 às 18:41  

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