Os tsunamis e as conversas-de-chacha
UM dia, assisti a uma apresentação de produtos para segurança de construções.
Mostrava-se um vídeo bastante convincente, e havia uma ideia que ficava bem clara:
Quer se trate de um edifício a desabar, quer de um ramo a quebrar, há sempre «sinais de aviso» que podem ser detectados (e, em geral, a tempo de se agir); a empresa comercializava, precisamente, detectores para esse efeito.
VEM isso a propósito de dois tsunamis.
O primeiro, o de 26 de Dezembro 2004, que suscitou, em Portugal, a velha questão do «E se fosse cá?» - com a agravante de se comemorarem, em breve, os 250 anos do «nosso».
A resposta foi que o assunto estava em estudo; mas recentemente soubemos que o cabo de fibra óptica custa 15 milhões de euros - e, com isso, ficou tudo dito...
O segundo foi o que, um dia destes, varreu a praia de Carcavelos.
Em casos do género há sempre as mesmas cinco reacções:
DO POVÃO, que exige que se mate, esfole, deporte (ou uma combinação das três coisas);
DA POLÍCIA, que nem previne as situações nem as reprime convenientemente;
DOS TRIBUNAIS, onde os juízes se limitam a cumprir a lei, mandando embora, as mais das vezes, os acusados;
DOS SOCIÓLOGOS, que vão a correr estudar as causas do fenómeno;
DOS POLÍTICOS, que durante alguns dias se mostram muito preocupados com o assunto.
Fica apenas uma dúvida: quais os candidatos autárquicos das zonas envolvidas que já abordaram este problema em termos sérios, e o que foi que disseram?
Refiro-me ao que possam ter dito «ANTES», evidentemente; dado que, «DEPOIS», talvez tenham debitado meia-dúzia de lugares-comuns - como qualquer patarata é capaz de fazer.
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NOTA: Este texto foi também publicado no «Diário Digital» em 15 Jun 05 e no dia seguinte, numa versão mais simples, no jornal «metro» (com destaque e foto).
1 Comments:
Moro numa zona relativamente central mas onde há assaltos todos os dias(e por vezes mais do que um por dia).
São assaltadas casas, carros, lojas, parquímetros, quiosques dos CTT, transeuntes, e tudo o mais que apareça.
No entanto, quanto a agentes da PSP... PASSAM-SE DIAS INTEIROS QUE NÃO VEJO UM ÚNICO!!!
Às vezes, lá passam de carro, mas sempre a andar...
Só não lhes digo que "vão passear" porque parece que é isso mesmo que já andam a fazer!
Rosário M.F.
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