12.6.05

Os resolve... dores - II

NO INÍCIO dos anos 90, estive a trabalhar algum tempo na RFA. E uma das coisas que mais me espantou foi a existência de normas para tudo, pois até as vulgares sanitas obedeciam a uma velhíssima norma DIN.

Ao comentar isso com um gestor, ele disse-me:

«Nós não temos tempo para passar a vida a inventar a roda. Todas estas coisas foram pensadas há muito tempo e de uma vez por todas».

Claro que não é bem assim. Os alemães também evoluem - alteram e melhoram as coisas e os processos - e muito! Mas só o fazem quando é preciso, e quase sempre bem.

Nós, por cá, entretemo-nos a experimentar soluções e mais soluções só pelo gozo de o fazer (desde métodos de combate a incêndios até software para colocação de professores - passando por experiências sobre as idades das reformas, etc., até à náusea).

Invariável e tontamente, cada novo Governo apaga o trabalho do anterior e, qual Sísifo, começa tudo de novo, achando que isso revela grande perspicácia e inteligência da sua parte; mas os resultados estão bem à vista, infelizmente.

Fazem-me lembrar a anedota do «concurso de rodas»:

No meio de infinitos modelos, um português apresenta a RODA QUADRADA.
Quando o júri (também português, é claro) se prepara para a premiar, um outro participante luso chama a atenção para a sua invenção: a RODA TRIANGULAR!

«Qual a vantagem?» - pergunta, céptico, um membro do júri.
«Bem, de facto é só um aperfeiçoamento... Mas note-se que poupa um solavanco!» - responde o inventor.

1 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Claro, amigo!
Sempre atento!!!

De facto, o rotor do famoso motor Wankel (que a NSU usou) aproxima-se...

E ainda bem que falou nisso, pois vou preparar uma adivinha que já estava esquecida.

(Tem a ver com os egípcios)

12 de junho de 2005 às 20:56  

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