8.6.05

Os artistas

SE bem percebi, para que a Constituição Europeia seja aprovada, deverá haver um SIM de TODOS os 25 países.

Ora, sendo verdade que «100% de 25 são 25» (pelo menos até ver), a realização dos referendos nos restantes países, depois de dois terem votado «NÃO», fará algum sentido?

Claro que pode ter interesse para que os respectivos povos sintam que não são menos do que os outros.

Mas isso é uma coisa; dizer que está tudo em aberto... é outra.

Fazem-me lembrar a anedota dos operários que estavam a pintar o anúncio:

Quando um transeunte lhes chamou a atenção para uns pormenores, um deles respondeu, irritado:

- Ó meu caro senhor, os artistas somos nós. Deixe secar a tinta e depois fale!

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não! Basta serem 21 a subscreverem. E por isso está tudo em aberto.

Não vão na onda de que o tratado está morto e enterrado e por isso nem vale a pena votarem pois isso é o que eles querem.

Li este comentário no Blogs pelo NÃO

... abram os olhinhos e vejam paises como a alemanha ,a itália e a espanha a resolverem as coisas ...

O problema é que basta você não concordar com um único artigo deste Tratado para ser sua obrigação subscrever o NÃO, ao passo que para subscrever o SIM tem de concordar com todos os artigos. Se conseguir assinar SIM mesmo considerando que o tratado se sobrepõe à nossa Constituição, que as presidências deixam de ser rotativas, que as decisões passam a ser por maioria (sem esquecer como os povos pobres vão ceder), etc, etc, etc, dou-lhe os meus parabéns. Caso contrário terá, em boa consciência, de subscrever o NÃO mesmo com as virtudes que este tratado teria para resolver este pantano em que estamos, e que não nego existirem.

Não sei se terão visto o "P&C" ontem mas foi bom para nos esclarecermos um pouco mais.

Até mais.

8 de junho de 2005 às 12:35  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Obrigado pelo esclarecimento.

Mas, se bem percebo, se houver 4/5 a votar SIM, vão chatear a cabeça dos que votaram NÃO.

É a tese do «Votas as vezes que forem precisas até que...».

Já vimos esse filme, desde o Canadá (com a independência do Quebeque)até à Dinamarca.
E vamos voltar a vê-lo, em versão lusa, com a IVG, com a Regionalização, etc.

8 de junho de 2005 às 13:02  
Anonymous Anónimo said...

A mim faz-me espécie uma coisa! Como é que se pode pôr uma constituição a votos (excepto em situações ditatoriais, para validar o ditador)?!!! Aparte os constitucionalistas, ninguém neste planeta alguma vez leu uma constituição à la europeia, com centenas de artigos, paragrafos, etc. Ora, se para votar não basta não se concordar com o raio de um paragrafo ou de um artigo no meio daquela tralha toda... jamais haveria constituições fosse em que pais fosse, pois no momento que se muda uma coisa, para agradar alguém, outros vão ficar contra.
Por essas e por outras que acho que estes referendos são uma parvoice. Por mim, pobre ignorante, devia-se antes fazer um referendo com a seguinte questão: Autoriza o governo e o parlamento nacional a negociar e elaborar uma constituição europeia? E a partir daí os especialistas estavam autorizados a negociar entre eles.
Os referendos, quando se fazem, é sobre UMA coisa em concreto, não sobre um documento que, entre o povinho, ninguém leu e, menos ainda, percebeu o que significa. Vota-se sim ou não ao IVG, à regionalização, entrar ou sair da UE, abrir ou fechar as fronteiras... não se votam tratados deste género. Aliás, se fossemos votar cada revisão à nossa constituição, ainda estavamos na 1a.
Os meus 2 centimos de opinião.
FJMMC

8 de junho de 2005 às 13:43  
Anonymous Anónimo said...

Como é que se pode pôr uma constituição a voto

Se se pusesse mais vezes não estavamos nesta embrulhada.

Autoriza o governo e o parlamento nacional a negociar e elaborar uma constituição europeia? E a partir daí os especialistas estavam autorizados a negociar entre eles.

Se o amigo estivesse mais por dentro dos lobbys que existem na EU e de como as coisas são realmente cozinhadas já não acharia tão bom que os especialistas tratassem das coisas por si. Dois casos recentes e ainda em ampla discussão:

1. Os alimentos e sementes genéticamente modificados
2. As patentes de software

Eu prefiro, na minha burrice e ignorância, esperar que haja discussão, que alguém me elucide, que possa lêr (existe versão comentada e simplificada aqui e aqui) e decidir pela minha cabecinha, mesmo que tolamente.

Até mais.

8 de junho de 2005 às 19:02  
Anonymous Anónimo said...

O link para o artigo sobr os especialistas das patentes é aqui.

É em inglês, sorry.

Até mais.

8 de junho de 2005 às 19:06  

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