6.6.05

Com os Sete Magníficos...

... não passa ninguém!

ONTEM assisti, na SIC-N, a uma interessante entrevista de Maria João Avillez a Carmona Rodrigues - e é sempre agradável ouvir uma conversa entre pessoas simpáticas, que falam bem e escorreitamente, e se mostram à-vontade em todos os assuntos sobre os quais se debruçam.

Fiquei, pois, a saber tudo sobre o Parque Mayer, o Túnel do Marquês, o Casino de Lisboa, o Teatro de Revista e o Pavilhão de Portugal. O pior foi quando a entrevistadora abordou aqueles assuntos mais comezinhos, como os buracos nas ruas, o estacionamento selvagem e o trânsito caótico. E, aí, as respostas não foram nada animadoras:

Quanto aos buracos, eles são abertos (sempre) e fechados (às vezes) por inúmeras entidades que não têm nada a ver com a CML - e esta faz o que pode.

Quanto ao resto, quando eu esperava que ele nos ia debitar a velha conversa de que «não há polícia que chegue», informou-nos de que, para fazer o que não é feito, o que há é - pasme-se! - entidades A MAIS: a Polícia Municipal, a Divisão de Trânsito da PSP e a EMEL.

O resultado é a espantosa mistura de descoordenação, desmotivação e incompetência que todo o lisboeta conhece bem e há muitos (demasiados) anos.

Ficámos a saber, por Carmona Rodrigues, que se trata de um assunto que depende do Governo, mas na ignorância do que é que ele fez quando lá esteve...

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HOJE, e como sucede com frequência, fui acordado pelo som lancinante de sirenes do 112.

A cena, apesar de habitual, é sempre angustiante - ambulâncias que, presas no meio de centenas de carros, não conseguem passar.

O que sucede é que, tratando-se de uma das entradas de Lisboa, a rua onde eu moro tem sempre muito trânsito, e a situação nunca é boa.

Mas, para ajudar, há uma meia-dúzia de cidadãos que estacionam invariavelmente os carros numa paragem de autocarros; quando estes chegam (por vezes aos dois e aos três), têm de ocupar uma das duas faixas-de-rodagem... e o resultado é o que se imagina.

A esses indivíduos que, sozinhos, conseguem paralizar completamente uma das principais entradas da Capital, já lhes chamam «Os Sete Magníficos»:

São «seis-automobilistas-seis», a que se junta um «Sétimo Magnífico» (que nem sempre é o mesmo):

Um agente da Divisão de Trânsito da PSP que costuma estar ali ao lado, mas - e apenas - de serviço a umas obras...

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Publicado no PÚBLICO de 8 Jun 05, em LOCAL, com o título «Lisboa e os Sete Magníficos»

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E sobre as marchas-populares também não falou!
Pobre Lisboa, que vai ter de escolher entre 4 opções tão pobres:

Carmona - Simpático, mas colado à imagem de Santana Lopes, que deixou a cidade pior do que a recebeu.

Sá Fernades - Boa pessoa, mas sem provas dadas em gestão de um município como o da Capital (nam nada que se lhe assemelhe em dimensão).

Rúben de Carvalho - Muito provavelmente, vai estar mais preocupado em "derrotar a direita" do que resolver os problemas da cidade.

Carrilho - Um pavão (que dá a imagem de estar mais preocupado consigo do que com Lisboa)que entrega a sua propaganda a um brasileiro que "torna Lisboa irreconhecível". Ficarão ambos para a História como os responsáveis pelo cartaz com Lisboa invertida! Devem ser «Projectos com Fim, Meio e Princípio».

Duarte

6 de junho de 2005 às 14:17  
Anonymous Anónimo said...

Com a esquerda partida e repartida em 3 candidaturas, veremos como é que esmaga a direita.

Aliás, a esquerda tem um grande historial de desunião.

Veja-se o caso das presidenciais em França (para já não falar da CEUD e da CDE em Portugal, nos tempos de Marcelo Caetano).

E veja-se como, a partir de 1961, achou muito mais interessante partir-se em infinitos grupinhos do que unir-se contra o fascismo.

Ao invés, a direita (por espírito de sobrevivência) dá, de vez em quando, lições de unidade.

6 de junho de 2005 às 19:43  

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