14.10.05

Bom futebol sem fantasmas

Crónica de Alfredo Barroso (*)

Há quem diga que só o resultado é que conta, independentemente da qualidade do futebol praticado.
Mas eu, que sou um sexagenário bota-de-elástico que gosta muito de ver bom futebol, acho que a exibição também conta.
Por mais "industrializado" que seja o futebol moderno, o certo é que se trata de um espectáculo em que os artistas são pagos a peso de ouro e em que a maioria dos adeptos tem de "aliviar a bolsa", se quiser sentar o rabo nas bancadas, ou, então, pagar uma elevada taxa mensal de televisão por cabo, se preferir assistir ao espectáculo em casa, com o rabo sentado no sofá.

(Ver texto integral em «Comentário-1»)

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(*) Publicada no «DN» de 12 Out 05 e aqui transcrita com sua autorização

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2 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Bom futebol sem fantasmas
Crónica de Alfredo Barroso (*)
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Há quem diga que só o resultado é que conta, independentemente da qualidade do futebol praticado. Mas eu, que sou um sexagenário bota-de-elástico que gosta muito de ver bom futebol, acho que a exibição também conta.
Por mais "industrializado" que seja o futebol moderno, o certo é que se trata de um espectáculo em que os artistas são pagos a peso de ouro e em que a maioria dos adeptos tem de "aliviar a bolsa", se quiser sentar o rabo nas bancadas, ou, então, pagar uma elevada taxa mensal de televisão por cabo, se preferir assistir ao espectáculo em casa, com o rabo sentado no sofá.
Ora, aquilo que vi no Estádio Municipal de Aveiro, sentado num dos meus sofás de estimação, não me agradou mesmo nada.
E nem o patriotismo "balhelhas" de vários adeptos e "especialistas" fanáticos pode impedir-me de dizer que a exibição da selecção nacional contra a selecção do minúsculo Liechtenstein - antiga "cliente" das abadas por 8-0 - foi pior do que medíocre.
Não vivemos numa "república das bananas" governada por um qualquer "general Tapioca", nem há "coronéis" da censura para me mutilarem a prosa.
E tanto se me dá como se me deu que Luiz Felipe Scolari seja irritadiço.
Eu reconheço que, se tivessem sido convertidas em golos todas as oportunidades criadas e o resultado fosse outro (por exemplo, 6-2, em vez daquele 2-1, do tipo "resvés Campo de Ourique"), muitos críticos teriam fechado os olhos àquela péssima exibição e outro galo - sem dúvida o de Barcelos - cantaria nas suas prosas. Mas o espectáculo foi mau de mais e não poderá inibir-nos de criticar, a tempo, os erros tácticos e de casting que aquela selecção de "ovos moles" derramou no "garrido" estádio de Aveiro.

É verdade que a exibição do senhor Grzegorz Gilewski e dos seus apaniguados (cujos nomes são tão difíceis de escrever como o dele) ainda foi mais desastrada, pondo a nu problemas oftalmológicos que não os recomendam como "canalizadores polacos".
Aquele penalty do tamanho da "légua da Póvoa", que só eles não conseguiram lobrigar, vai ficar nos anais da arbitragem e reconfortar alguns homens do "Apito Dourado" cá do sítio.
É certo que também poupou a Nuno Valente um segundo "amarelo", que lhe teria apontado o olho da rua.
E que Figo estava, igualmente, com problemas oftalmológicos, quando falhou o único penalty que o árbitro polaco se dignou assinalar. Mas a exibição da lusa selecção foi má de mais para se refugiar à sombra de um "apito polaco".Figo é um grande jogador - sempre o disse - mas já falhou penalties decisivos mais do que suficientes para ainda ser considerado um especialista na sua marcação.
Embora este seja um problema bem menor, se comparado com a chusma de futebolistas em péssima forma, ou que são suplentes nos seus clubes, seleccionados para provar nos relvados que estamos perante manifestos erros de casting.
O caso de Ricardo é o mais flagrante, como titular da baliza portuguesa. Custa-me dizer isto, porque, além de ser do Sporting, ele ainda vai julgar que faço parte de uma sinistra cabala para dar cabo dele.
O seu maior defeito não foi corrigido e está na origem da repetição de fífias é desastrado a sair dos postes e não atina com o tempo de salto quando a bola é cruzada por alto para a grande--área.
Será que Vítor Baía ainda não foi suficientemente castigado, para pertencer à selecção que vai ao Mundial, prémio mais do que justo no final da sua carreira?
Crítico de Scolari, não vou ao ponto de dizer, como já li, que "qualquer treinador seria campeão mundial pelo Brasil com tantos craques mundiais".
Mas há outra opinião que não me agrada nada "O homem pode não perceber muito de bola, mas que meteu muita gente na ordem, lá isso meteu.
" Um seleccionador tem de ser bom treinador e não propriamente cabo de esquadra.
Que os fantasmas mexicano e coreano não pairem sobre esta selecção - é o que se pede. Mas também se reclama que pratique bom futebol.

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(*) Publicada no «DN» de 12 Out 05 e aqui transcrita com sua autorização

14 de outubro de 2005 às 11:10  
Anonymous Anónimo said...

Antes de mais: Está de parabéns este blogue por meter aqui esta crónica tão interessante de A.B., e que, aliás, complementa muito bem o post anterior.

No que toca ao assunto em questão, o problema está na diferença de pontos de vista entre os actores e os espectadores do jogo.

Os ACTORES PRINCIPAIS (jogadores, dirigentes, treinadores, etc) têm "a cabeça a prémio" e os "prémios de jogo" em causa, pelo que o que querem é que a equipa ganhe "e o resto é treta".

Os ESPECTADORES (como diz CMR em comentário ao post anterior) dividem-se entre "adeptos" e "apreciadores".

(Claro que há os adeptos-apreciadores, como A.B., e ainda bem!)

Duarte

14 de outubro de 2005 às 15:19  

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