6.10.05

A Oposição de Marte

EM 7 de Novembro regista-se uma oposição de Marte, fenómeno que tem vindo a ser anunciado com espalhafato e exagero, mas que é interessante, apesar de não envolver os desastres que a imprensa sensacionalista tem inventado.

Diz-se que um planeta com órbita exterior à da Terra está em oposição quando nos encontramos entre ele e o Sol, com os três astros aproximadamente alinhados.
É isso que acontece com Marte no princípio de Novembro.
Nessa data, estando mais perto de nós, o planeta vermelho aparece-nos mais brilhante. Além disso, está frontalmente iluminado pela luz da nossa estrela, o que aumenta a sua luminosidade. Visto com um telescópio, mesmo que modesto, o planeta revela-se como um disco maior e mais luminoso do que o habitual, o que facilita a observação de pormenores na sua superfície.

A data em que Marte mais se aproxima de nós, contudo, não é a data exacta da oposição.
Devido ao facto de as órbitas dos planetas serem elípticas e com eixos diferentes, Marte está mais perto da Terra uns dias antes, em 29 de Outubro.
Vale a pena observá-lo por essa altura, pois o seu brilho será notável.

Encontrar Marte no céu não será difícil.
Nasce a leste na mesma altura em que o Sol se põe a oeste e é um ponto de luz avermelhada fixa que se destaca numa zona em que nenhum astro se lhe assemelha.
No mapa do céu, mostra-se a sua posição pouco antes da meia noite.
Nessa hora adiantada, vale também a pena espreitar o céu de leste, onde se começam a levantar algumas constelações típicas de inverno.
Note-se o contraste entre o planeta e a estrela Aldebarã, também avermelhada.
Registe-se o enxame das estrelas Plêiades, que à primeira vista parecem apenas uma mancha de luz fraca e difusa.
Note-se Orionte levantar-se a leste, agora que o seu inimigo Escorpião desaparece a oeste.

(Adapt. do «Expresso»)