14.11.05

As insondáveis sondagens

QUANDO há sondagens, a conversa é sempre a mesma:

Quem fica à frente mostra-se muito satisfeito, e quem fica atrás tenta desvalorizá-las. A nuance só aparece na forma de manifestar este aborrecimento.

No início do ano, Santana Lopes e Alberto João Jardim chegaram ao ridículo de ameaçar processar as empresas de sondagens se elas se enganassem – e foi bem-feito, pois acertaram todas no essencial…

Quanto à mais recente (a da Eurosondagem), esse padrão repete-se, mas faz pena ver Manuel Alegre a entrar nesse jogo por ter, nela, cerca de um ponto percentual a menos do que Mário Soares.

No entanto, numa coisa ele tem razão:

Das quatro perguntas feitas, constava a mais evidente («Se as eleições fossem hoje em quem votaria?») e outras três que pressupunham desistências na área da esquerda:

E se Jerónimo de Sousa desistisse?
E se Louçã fizesse o mesmo?
E se a esses dois se juntasse Manuel Alegre?

Curiosamente, em nenhum dos casos ficamos a saber o que sucederia se Mário Soares desistisse.

Com certeza que não foi o que sucedeu neste caso, mas ele recorda-nos que a informação, para ser tendenciosa, não precisa de mentir nem de deturpar absolutamente nada: basta-lhe omitir.

(Imagem: http://ultimoreduto.weblog.com.pt/imagens/sondagem.gif)

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E o facto de um destacado membro do PS estar ligado à Eurosondagem...?

14 de novembro de 2005 às 10:25  
Blogger Fernando Martins said...

Por acaso acho o ex-sindicalista PS bastante eficiente... o que não invalida a crítica...

15 de novembro de 2005 às 09:58  

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