Os "raivosos" e quem tem de os aturar

DE vez em quando, e por motivos que não são para aqui chamados, tenho de passar algum tempo junto à entrada de um determinado Centro Comercial. Ora, para ajudar a suportar esses minutos (por vezes longos) de inactividade, arranjei um passatempo curioso:

Ver quantas pessoas seguram a porta para as que vêm a seguir - e, destas, quantas agradecem a gentileza de que foram alvo.

E cheguei a duas conclusões preocupantes:

A primeira, é que a maioria não faz uma coisa nem outra; a segunda, é que a percentagem das pessoas com deficiência de civismo tem aumentado constantemente.

Se isso é assim no mundo-dos-átomos, será de admirar que no ciberespaço (nomeadamente nos blogues e nos fora que por aí se lêem) a percentagem de grunhos, malcriados e agressivos-sem-justa-causa seja tão grande?

Muitas vezes, vem a descobrir-se que, neste caso, são indivíduos que sofrem de traumas de infância. Outros são adolescentes com problemas de borbulhas mal resolvidos. Mas a maioria sofre apenas daquilo a que, para simplificar, se chama falta-de-chá.

O certo é que todos eles afastam irremediavelmente quem, não sendo da sua laia, tem o azar de passar por perto. Fazem todos os possíveis para que, em campo (ou na arena?), fiquem só eles e os da sua escola - a arreganhar os dentes, a aguçar as garras e a escoicear.

Umas vezes, é pena que isso aconteça; mas outras vezes (quando o lugar já é por demais mal-frequentado), até nem por isso...