10.1.06

«Revoltante» será a palavra certa?

NA Google News Portugal (como já aqui foi referido ontem) têm uma estranha noção de "Entretenimento":


Hoje, a sua lista de passatempos foi enriquecida:
(Print screens feitos às 18h20m)
O que estará em causa - desleixo, ausência de sensibilidade, falta de atenção ou, pura e simplesmente, ...?!

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

CMR, não procure mais palavras:
É, pura e simplesmente, ESTUPIDEZ.

Gorjão

10 de janeiro de 2006 às 19:42  
Blogger Espanhol said...

Concordo com quem fez o comentário anterior...

11 de janeiro de 2006 às 01:16  
Blogger Neutrolio said...

Um pouco de água fria na fervura,

Realmente a classificação do assunto em causa como entretenimento é um pouco despropositada.
No entanto, o Google News recolhe as notícias, que apresenta, de forma automática a partir de 200 fontes (no caso da versão portuguesa). Essa compilação é feita computacionalmente e sem qualquer intervenção humana. No entanto, e apesar do Google estar associado ao "State of the art", no que diz respeito à tecnologia, a existência de um supervisor humano talvez pudesse evitar situações delicadas/dúbias como esta.

Analisando as fontes, a que o Google News recorreu é possível constatar que a notícia, da morte da Sr.ª, está enquadrada em secções como cultura, arte, etc. Por exemplo, no diário digital (http://diariodigital.sapo.pt/disco_digital/news.asp?id_news=17116) está classificada em "Disco Digital", na “TSF online” está classificado em música, embora não seja música para os nossos ouvidos... Ora, o Google News, e estou a especular, está enquadrar este tipo de notícias, cultura, arte, música, etc. em "Entretenimento". Se ao invés de "Entretenimento" estivesse "Cultura" o choque em vós não seria tanto, pois não?

Há uns tempos deparei-me com uma notícia, no Google News, cujo título era mais ou menos o seguinte: "Saddam Hussein planeava usar armas em Portugal". Após uma fracção de segundo de choque, e conhecendo a realidade subjacente ao serviço do Google News, pensei: Isto só pode ser erro de compilação, ou algo do género. Segui as várias fontes que existiam e para minha surpresa, na maior parte dos casos, o título dos respectivos textos era Ipsis Verbis o da notícia apresentada pelo Google News, o que evidencia o que muitos dos jornais digitais que por aí existem são ... Ah, o que a notícia, realmente noticiava era o facto de Colin Powel, presente em Portugal, numa conferência qualquer, ter dito que Saddam Hussein pretendia usar armas de destruição massiva.

O que não falta por aí é exemplos deste tipo. Neste tipo de coisas, o melhor ainda é utilizar o bom senso humano...

11 de janeiro de 2006 às 10:41  
Anonymous Anónimo said...

Como é obvio, e só vê quem não quer a noticia está ligado ao mundo do espetaculo (entretenimento) e não é em si en entretenimento.

Este tipo de post bem podia ser evitado.

11 de janeiro de 2006 às 12:17  
Anonymous Anónimo said...

Evidentemente que a noticia está ligada ao mundo do espectáculo.

Porém, se eu fosse familiar ou amigo de algum dos dois falecidos, garanto que não achava "natural" esta notícia (que revela apenas falta de cuidado).

Mas, como essas coisas têm mais a ver com a sensibilidade de cada um do que com a lógica da edição, não digo nada.

Duarte

11 de janeiro de 2006 às 12:37  
Anonymous Anónimo said...

Esta "paginação" só aparece assim porque é automática, como Neutrólio diz.

Ou alguém a imaginaria possível numa edição em papel (do «DN» ou do «Público», p. ex.)?

Claro que não. O director era logo despedido - e muito bem.

C.E.

11 de janeiro de 2006 às 12:42  
Anonymous Anónimo said...

«Este post podia ter sido evitado», como é dito mais em cima?
Claro q podia, como sucede com quase tudo na vida. Mas parece-me q teve pelo menos a vantagem de nos fazer pensar um pouco e isso não é mau de todo.

Rosa M. S.

11 de janeiro de 2006 às 12:54  
Blogger Pedro said...

A explicação do Neutrolio, muito provavelmente, acerta nas razões para o Google arrumar a notícia dessa forma tão infeliz. Tornou, assim, o episódio paradigmático do que é a gestão automática das matérias humanas: estão geralmente omissas duas preciosas qualidades — a sensibilidade e o bom-senso.

Quanto ao comentário anónimo, parece-me que faz uma confusão. “Cultura” e “entretenimento” (ainda) são duas palavras com significados distintos.
Além de que, como sabe quem lê o jornais, na secção de “entretenimento” só se procura lazer, na de “cultura” todos assuntos relacionados com a sua produção, difusão, etc.

Nota: se não me falha a memória, “Sensibilidade e bom senso” foi o título de uma crónica de Fernando Madrinha, no Expresso, a aplaudir o trabalho do realizador de televisão Ricardo Espírito-Santo, responsável pela transmissão do jogo do Benfica em que Miklos Fehér morreu. O realizador, contra as regras da prática, mandou os operadores-de-câmara desviarem-se da cara do jogador, deformada pela morte.

11 de janeiro de 2006 às 13:47  
Anonymous Anónimo said...

Mais uma "achega":

Ainda bem que este post foi colocado pois permite-nos ver como reagimos de forma diferente, conforme a mesma coisa sucede no "mundo dos átomos" ou no "mundo dos bits".

Há inúmeros outros exemplos: se formos insultados na rua, perdemos a cabeça. Mas se formos insultados num fórum, já não nos importamos.

Se roubarmos um CD, somos presos. Mas se o piratearmos na Web o mesmo CD, já achamos normal.

Da mesma forma, e como aqui foi dito, achamos aceitável que numa página Web a necrologia (só porque é relativa a gente do espectáculo) esteja em "Entretenimento". Nunca aceitaríamos o mesmo deslize num jornal em papel, mesmo que tivesse 1000 vezes menos leitores.

Não é muito grave, mas dá que pensar.

11 de janeiro de 2006 às 14:15  
Blogger cãorafeiro said...

esta é a prova provada de que as máquinas não conseguem nem podem substituir os homens (nem os cães).

àparte o grotesco mau-gosto, penso que o «pedro» tocou no cerne da questão: a redução da ideia de cultura ao conceito de entertenimento.

enfim,
WELCOME TO THE BREVE NEW WORLD

11 de janeiro de 2006 às 14:55  

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