O Alqueva não existe! (*)
QUANDO, há dias, José Sócrates inaugurou a Barragem de Pedrógão, houve um descontente que se queixou: «Até ao momento, ainda não há um hectare que seja regado com água do Alqueva».
Ora essa frase ainda vai ser verdadeira durante muito tempo - e explico porquê, recorrendo a um episódio que se passou comigo:
Há meia-dúzia de anos, vendo a placa com o nome da aldeia que deu o nome ao aproveitamento em causa, entrei num café e perguntei a um velhote que estava ao balcão:
- Pode dizer-me o melhor caminho para a Barragem do Alqueva?
Ele olhou para mim, muito sério, e respondeu-me:
- Olhe que você vem ao engano, amigo. O Alqueva não existe, pelo menos foi o que aprendi na escola, já lá vão mais de 70 anos... Há aqui um rio perto, sim senhor, mas chama-se Guadiana.
Deu uma gargalhada, olhou em volta, afinfou uma grande palmada no mármore do balcão e sentenciou:
- E agora vocemecê vai pagar-me um bagaço, por conta do que já aprendeu comigo! - e assim foi, no meio de grande galhofa dos presentes que, com um riso amarelo, acompanhei...
De facto, o que eu procurava chama-se Barragem "de" Alqueva e não "do" Alqueva, incorrecção que é muito frequente e motivo de gozo para algumas pessoas da zona - como aquelas com quem topei nesse dia.
Mas o certo é que nem todos se podem gabar de terem tido uma boa quarta-classe como a que o tal velhote teve...
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(*) Publicado no «Público-Local» de hoje
Ora essa frase ainda vai ser verdadeira durante muito tempo - e explico porquê, recorrendo a um episódio que se passou comigo:
Há meia-dúzia de anos, vendo a placa com o nome da aldeia que deu o nome ao aproveitamento em causa, entrei num café e perguntei a um velhote que estava ao balcão:
- Pode dizer-me o melhor caminho para a Barragem do Alqueva?
Ele olhou para mim, muito sério, e respondeu-me:
- Olhe que você vem ao engano, amigo. O Alqueva não existe, pelo menos foi o que aprendi na escola, já lá vão mais de 70 anos... Há aqui um rio perto, sim senhor, mas chama-se Guadiana.
Deu uma gargalhada, olhou em volta, afinfou uma grande palmada no mármore do balcão e sentenciou:
- E agora vocemecê vai pagar-me um bagaço, por conta do que já aprendeu comigo! - e assim foi, no meio de grande galhofa dos presentes que, com um riso amarelo, acompanhei...
De facto, o que eu procurava chama-se Barragem "de" Alqueva e não "do" Alqueva, incorrecção que é muito frequente e motivo de gozo para algumas pessoas da zona - como aquelas com quem topei nesse dia.
Mas o certo é que nem todos se podem gabar de terem tido uma boa quarta-classe como a que o tal velhote teve...
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(*) Publicado no «Público-Local» de hoje
3 Comments:
E para que ninguem se esqueça,dos grandes investimentos, tomem lá a agua mais cara...
Os antigos e a sua sabedoria!!!
Esta língua portuguesa... :-)
LM
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