26.3.06

Porquê?

«DN» 27 Mar 06
«metro», 24 Mar 06

COMPREENDO que, numa situação de conflito com a polícia, os manifestantes lhe atirem pedras, etc.
Mas já não consigo perceber o velho hábito de destruir bens particulares (carros, lojas, quiosques, etc) de pessoas que nada têm a ver com o assunto.
Serão apenas acções de provocadores para desacreditar os manifestantes?

4 Comments:

Blogger Helena Romão said...

São, obviamente. Aliás tem sido dito por vários jornais, tvs, rádios, etc. São grupos quase para-militares de extrema-direita; são anarquistas; e grupos de miúdos mais novos, desordenados, muito provocadores, vindos dos bairros mais miseráveis.

26 de março de 2006 às 15:38  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Quando eu andava nas manifs estudantis dos anos 60 e 70, a "malta" tinha muito cuidado com os provocadores.
Lembro-me que uma vez, junto à Estefânea (em Lx), a manif estava a impedir a passagem de um carro e um palerma foi sentar-se no capôt (e desatou às palmadas à chapa), só para provocar.

Fomos logo tirá-lo de lá e deixámos passar o carro.
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Andei em dezenas de manifestações (em Lisboa e Coimbra), de 1964 até 1974, e nunca vi vandalismos contra pessoas que nada tinham a ver com o assunto.

Antes pelo contrário, atrair a população para o nosso lado era uma preocupação grande.

26 de março de 2006 às 16:09  
Blogger maloud said...

O Sarkozy diz que é a racaille e que é difícil prevenir, porque no início são todos manifestantes e só no fim é que estes se revelam.

26 de março de 2006 às 17:49  
Blogger Helena Romão said...

Infelizmente não estamos a falar de um provocador desarmado em cima de um carro. Falamos de very-lights, cocktails molotovs caseiros, à mistura com o gás lacrimogénio e os banhos da polícia.

Os de extrema-direita reúnem-se em ruas escondidas, fora do trajecto da manifestação, e só são detectados quando já estão a atacar. Agem organizadamente, como um pequeno exército, e estão armados.
O pessoal das banlieues vai no trajecto da manifestação, mas de lado, e já com pequenas provocações durante o trajecto, com alguns empurrões aproveitam para roubar telemóveis. Agem em pequenos grupos e são muito violentos.
Não é possível aos manifestantes fazer-lhes frente. Por seu lado, a polícia conhece-os, e tem inclusivamente a ajuda dos chamados "grands frères": rapazes mais velhos saídos das banlieues, que conhecem os bandos e as pessoas, os comportamentos, e que podem facilmente identificá-los. A detenção (ou a dispersão dos grupos) tem que ser a polícia a fazê-lo.

Proteger os manifestantes que desfilam pacificamente é tarefa da força policial paga com os nossos impostos...
julgo aliás que esse é o objectivo principal de ter polícia a acompanhar as manifestações.

No entanto... há dois manifestantes no hospital: um em coma, depois de ter sido pisado e espancado pela polícia; o segundo com um traumatismo craniano a que foi operado, depois de ter sido espancado por provocadores em frente à polícia imóvel e em sentido (a quem os outros manifestantes pediam ajuda).


Não são os manifestantes que atacam a polícia, fora uma ou outra palavra de ordem, sem violência física; como também não são os manifestantes que queimam carros e destroem quiosques. São sim as organizações a quem interessa denegrir a manifestação, ou então os grupos vindos dos arredores que o fazem por divertimento.

O que acontece é que os manifestantes tentam por vezes colocar-se entre os provocadores e a polícia para acalmar uns e outros e evitar os conflitos. Muitas vezes acabam no hospital ou presos, acusados eles dos distúrbios.

27 de março de 2006 às 00:40  

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