Porque vive em Lisboa, e entre o Como Perder Uma Eleição Quando Já Está No Papo e o vice do menino-guerreiro, o diabo que escolhesse. Agora, se vivesse no Porto e fosse obrigado a aturar o Rio, garanto-lhe que não votava em branco.
Faz agora quatro anos que votei para as autárquicas.
Ora, quando eu julgava que tinha ajudado a escolher as pessoas mais indicadas para tratarem de coisas como o trânsito caótico ou os excrementos de cão na cidade onde resido, eis que Guterres me informa que não foi nada disso! Sem o meu conhecimento (e menos ainda com o meu acordo), alguém decidiu que eu, afinal, tinha votado para correr com o governo dele... e o homem sumiu!
Felizmente, tempos depois, para as eleições europeias, os principais partidos tiveram a gentileza de, atempadamente, nos esclarecer que, afinal, não iríamos votar para elas:
O PS proclamou que a votação seria um «cartão amarelo» ao governo; o PCP também, só mudando a cor para vermelho; e, por fim, o próprio Durão Barroso (concordando com essa leitura quando devia ser o primeiro a contestá-la!), disse que «tinha entendido o sinal do povo», pelo que, logo que pôde, fez as malas e... «Ala!, que se faz tarde!».
E é por tudo isso que, para as eleições autárquicas de Outubro, já estou pelos cabelos só de ouvir a mesma conversa: a rapaziada dos partidos propõe-se pegar no meu (eventual...) voto, desviá-lo, e brandi-lo como se ele fosse dado para apoiar ou rejeitar o governo de Sócrates - um pouco como se eu doasse dinheiro para as vítimas do Katrina e ele fosse direitinho para as campanhas do senhor Major ou de Avelino Ferreira Torres!
Votar em branco é imprudente. Na contagem dos votos há sempre confusões e alguém pode aproveitar um boletim em branco para pôr a cruz onde lhe convem. É melhor traçar o voto de alto a baixo (voto nulo) ou então não pôr lá os pés.
De facto, o "voto em branco" presta-se a que alguém o "aproveite", no meio da confusão.
Mas ficar em casa não é a mesma coisa. No caso das autárquicas, faço questão de berrar bem alto que Lisboa está uma vergonha (porca, caótica, miserável, insegura) - o que pode agradecer a gente de todos os partidos que por lá têm passado (e acho que já foram todos...).
4 Comments:
Porque vive em Lisboa, e entre o Como Perder Uma Eleição Quando Já Está No Papo e o vice do menino-guerreiro, o diabo que escolhesse. Agora, se vivesse no Porto e fosse obrigado a aturar o Rio, garanto-lhe que não votava em branco.
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Importam-se que eu vote?
Faz agora quatro anos que votei para as autárquicas.
Ora, quando eu julgava que tinha ajudado a escolher as pessoas mais indicadas para tratarem de coisas como o trânsito caótico ou os excrementos de cão na cidade onde resido, eis que Guterres me informa que não foi nada disso! Sem o meu conhecimento (e menos ainda com o meu acordo), alguém decidiu que eu, afinal, tinha votado para correr com o governo dele... e o homem sumiu!
Felizmente, tempos depois, para as eleições europeias, os principais partidos tiveram a gentileza de, atempadamente, nos esclarecer que, afinal, não iríamos votar para elas:
O PS proclamou que a votação seria um «cartão amarelo» ao governo; o PCP também, só mudando a cor para vermelho; e, por fim, o próprio Durão Barroso (concordando com essa leitura quando devia ser o primeiro a contestá-la!), disse que «tinha entendido o sinal do povo», pelo que, logo que pôde, fez as malas e... «Ala!, que se faz tarde!».
E é por tudo isso que, para as eleições autárquicas de Outubro, já estou pelos cabelos só de ouvir a mesma conversa: a rapaziada dos partidos propõe-se pegar no meu (eventual...) voto, desviá-lo, e brandi-lo como se ele fosse dado para apoiar ou rejeitar o governo de Sócrates - um pouco como se eu doasse dinheiro para as vítimas do Katrina e ele fosse direitinho para as campanhas do senhor Major ou de Avelino Ferreira Torres!
CMR - "Expresso", 7 Outubro 2005
Votar em branco é imprudente.
Na contagem dos votos há sempre confusões e alguém pode aproveitar um boletim em branco para pôr a cruz onde lhe convem.
É melhor traçar o voto de alto a baixo (voto nulo) ou então não pôr lá os pés.
JO
De facto, o "voto em branco" presta-se a que alguém o "aproveite", no meio da confusão.
Mas ficar em casa não é a mesma coisa.
No caso das autárquicas, faço questão de berrar bem alto que Lisboa está uma vergonha (porca, caótica, miserável, insegura) - o que pode agradecer a gente de todos os partidos que por lá têm passado (e acho que já foram todos...).
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