Membros da Direcção do Estabelecimento Prisional de Coimbra (EPC) admitiram, ontem, em tribunal, ter sido enganados pelo maior assaltante de bancos português, ao transferi-lo para um serviço onde tinha acesso ao exterior. "Éramos muitos e todos fomos enganados", reconheceu Paula Sobral, adjunta do director do EPC. O "Solitário", como ficou conhecido o indivíduo que está a ser julgado por evasão, parecia "tão convincente", quando, a chorar, garantia não aguentar até ao fim a pena de 15 anos a que fora condenado, que conquistou a confiança de todos. Segundo uma guarda-prisional, ouvida ontem, foi por "andar sempre muito choroso" que o terão colocado naquele serviço.
"Parecia tudo tão sentido que nunca nos passou pela cabeça que pudesse arquitectar um plano de fuga", continuou Paula Sobral. Para demonstrar a confiança que nele depositava deu um exemplo se um dia antes da fuga "tivesse de colocar alguém em minha casa, num lugar de confiança, tinha-o colocado a ele". Só após a evasão descobriram que, afinal, "ele não se isolava tanto como parecia e que não chorava tanto" junto aos outros reclusos como "chorava quando estava connosco", afirmou Paula Sobral, ao lembrar que para essa imagem terá também contribuído o estigma de "muito vulnerável", com risco suicidário elevado, com que já entrou no EPC.
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Solitário "choroso" enganou cadeia
Membros da Direcção do Estabelecimento Prisional de Coimbra (EPC) admitiram, ontem, em tribunal, ter sido enganados pelo maior assaltante de bancos português, ao transferi-lo para um serviço onde tinha acesso ao exterior. "Éramos muitos e todos fomos enganados", reconheceu Paula Sobral, adjunta do director do EPC. O "Solitário", como ficou conhecido o indivíduo que está a ser julgado por evasão, parecia "tão convincente", quando, a chorar, garantia não aguentar até ao fim a pena de 15 anos a que fora condenado, que conquistou a confiança de todos. Segundo uma guarda-prisional, ouvida ontem, foi por "andar sempre muito choroso" que o terão colocado naquele serviço.
"Parecia tudo tão sentido que nunca nos passou pela cabeça que pudesse arquitectar um plano de fuga", continuou Paula Sobral. Para demonstrar a confiança que nele depositava deu um exemplo se um dia antes da fuga "tivesse de colocar alguém em minha casa, num lugar de confiança, tinha-o colocado a ele". Só após a evasão descobriram que, afinal, "ele não se isolava tanto como parecia e que não chorava tanto" junto aos outros reclusos como "chorava quando estava connosco", afirmou Paula Sobral, ao lembrar que para essa imagem terá também contribuído o estigma de "muito vulnerável", com risco suicidário elevado, com que já entrou no EPC.
Paula Gonçalves («JN»)
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