O burro amestrado

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JÁ TODA a gente ouviu falar do «burro que sabe fazer contas», um velho truque de feira rasca em que o "ilusionista" pede a várias pessoas que digam alguns números, cuja soma o animal indicará dando igual quantidade de patadas no chão.

De facto, uma vez obtidas as parcelas com a colaboração do estimável público, a alimária, instada a responder, desata a dar as referidas patadas, acção essa que suspende quando atinge o número correspondente à resposta certa - o que acontece quando o dono lhe faz um determinado sinal de que a assistência não se apercebe.

E lembrei-me disso por causa da saborosa conversa entre Valentim Loureiro e Luís Filipe Vieira acerca do árbitro para o encontro das meias-finais da Taça de Portugal de 2003/04:

Como agora se sabe, no decorrer dessa "troca de impressões" o sr. Major ia recitando nomes "à la carte", que o outro ia comentando e rejeitando... até chegar a um que achou satisfatório - um procedimento que, segundo o próprio já esclareceu, é habitual no mundo da bola.

Aqui chegados, há que fazer uma ressalva: a história pode vir a propósito, mas apenas por associação de ideias - é que, na verdade, os verdadeiros burros somos nós, os ingénuos pagantes dessa bizarra coisa que dá pelo nome de futebol profissional.