José Veiga no país das cabalas
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Mas pensem comigo. Quem viu as imagens de há seis anos, agora recuperadas pelas televisões, certamente não conseguiu distinguir a postura do José Veiga-amigo da postura do José Veiga-empresário. O amigo parecia mesmo empresário, e os empresários parecem sempre amigos. E, ainda por cima, o José Veiga-amigo foi tão eficiente quanto o José Veiga-empresário: conseguiu um contrato milionário para João Pinto. Evidentemente, isso foi o princípio do fim. Porque, diante de tanta filantropia, o Figo e o Zidane devem ter imediatamente telefonado a José Veiga. Imagino a conversa: "Ó José, nós também gostamos muito de ti. A partir de agora, queremos o mesmo tratamento do João Pinto: passas a ser só nosso amigo e deixas de ser nosso empresário. É que o serviço é o mesmo e sai-nos muito mais barato."
Aposto que foi assim que tudo se passou, e é pena que José Veiga não tenha aprofundado esta parte na entrevista. Não sei porquê, gastou todo o seu tempo a dizer que estava inocente, a ler uma lista com nomes de dirigentes do Sporting de quem também deve ser muito amigo e, claro, a expor a tese da cabala: isto só acontece porque querem destruir o Benfica. Curiosamente, já o senhor João Vale e Azevedo, um homem honesto e de muito valor, utilizava o mesmo argumento. Este país está cheio de malandros.
João Miguel Tavares
2 Comments:
Já não sei quem é que dizia que «há certos gajos que se topam pelo bafo».
Ed
Já estou como o Miguel Sousa Tavares, a propósito do António Fiúza, do Valentim Loureiro, do Madaíl e de outros que tais:
«BOLAS!! Livrem-nos desta gente!»
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