Dias demarcados
Vale a pena atentar bem nos termos desta notícia:
Se a GNR promete ser absolutamente inflexível numa coisa de tal gravidade, é porque não costuma sê-lo. Além disso, somos informados de que esse rigor é só para cinco dias.
Se a moda pega, a juntar às zonas demarcadas (que são as estradas da «Tolerância Zero» - onde é preciso cumprir a lei!), vamos passar a ter dias demarcados...
Continuem assim, que vão bem!
2 Comments:
Um desastre e três perguntas
Imagine-se que um português alcoolizado se faz à estrada e começa a fazer uma condução extremamente perigosa pondo em risco a sua vida, a dos que o acompanham e a dos que têm o azar de passar perto dele.
Qual é a reacção tipicamente portuguesa: avisar a polícia da presença do bêbado ou avisar o bêbado da presença da polícia?
Se ele rachar a cabeça ao estampar o carro contra um muro, de quem é que o português-típico tem mais pena: dele, ou do dono do muro?
Se «acidente» é, por definição, algo que não se pode prever, porque é que, em Portugal, se continua a usar essa desculpabilizante expressão para referir o que, na realidade, são desastres, suicídios ou meros crimes?
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Publicado no jornal "metro" de 30 Maio 2006
Atenção! Estes discursos também servem como dissuasão, à falta de melhor. Infelizmente, é o exemplo que a GNR tem, vindo de cima. E da GNR, vem o exemplo para nós. E nós detectamos estas incongruências. O resultado é o que conhecemos, mas não propriamente uma culpa solitária desses agentes da autoridade.
Mas será que eles só prometem, ou também garantem ser inflexíveis?
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