Recarregando baterias
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QUANDO SE TEM uma aparelhagem de som e um telemóvel ao lado, é vulgar ouvir-se um zunzum na coluna de som. O mesmo se passa quando se está a usar um telefone fixo com um telemóvel por perto. Se alguém chamar esse telemóvel, as interferências aumentam e é melhor afastar os aparelhos. O que acontece é apenas a conversão de ondas electromagnéticas em corrente eléctrica, amplificada pelos sistemas e transformada em som audível. Na origem desse fenómeno hoje comum estão as emissões do próprio telemóvel. Quando este está a ser chamado, emite ondas de resposta, para estabelecer uma conexão com a antena central. E as ondas hertzianas convertem-se em energia eléctrica.
É exactamente o que se passa com um rádio. E é algo semelhante ao que alguns físicos estão a pesquisar como fonte de energia para carregamento das baterias. A ideia, se alguma vez for concretizada, revolucionará a electrónica moderna que ainda tem, como calcanhar de Aquiles, as baterias, sempre predispostas a se descarregarem no momento menos oportuno, quando se está a meio de uma chamada ou prestes a completar uma mensagem no computador portátil. O problema é que não é saudável viver no meio de um campo electromagnético forte. Mas a descoberta que se espera é de um meio de criar um campo electromagnético não radiativo, de forma que a transferência de energia apenas se produziria para os aparelhos preparados para a captar entrando numa espécie de ressonância com a fonte. Para nós e para outros aparelhos, tudo se passaria como se esse campo não existisse. Imaginem-se as vantagens. Poderíamos carregar telemóveis, computadores portáteis e outros instrumentos apenas aproximando-os de um campo electromagnético, que serviria para todos os aparelhos.
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(*) Nikola Tesla (1856-1943) teve a ideia de transmitir energia através de ondas hertzianas. Na figura, a Torre de Wardenclyffe, construída com esse propósito. Funcionou entre 1901 e 1917 em Long Island, a cerca de 100 km de Nova Iorque e serviu para emissões rádio, mas o projecto deparou-se com imensas dificuldades e foi descontinuado.
Adaptado do «Expresso»
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