25.1.07

E já que falámos do PMB...

... falemos também do seu primo, o genial «net post»

Na imagem seguinte, pode ver-se um pormenor de um dos inúmeros quiosques de venda de selos espalhados pelo país. Ao contrário do indicado, nenhum dos dois cartões é aceite - aliás, nem sequer entram. Se alguém conhecer um único quiosque destes que funcione, diga-me onde é. Terei muito gosto em lhe oferecer os meus cartões PMB que ainda devem ter algum saldo.

Uma imagem que já aqui se mostrou, mas que se volta a afixar porque vem a propósito: um dos inúmeros ciber-postos que ainda se podem ver por todo país e que, segundo me informaram nos CTT, estão sem funcionar (ou «out of order», como se diz na folhinha A4).

A crer numas pequenas etiquetas que as ornamentam, estas maquinetas (juntamente com tudo o que lhes está associado) foram co-financiadas pelo FEDER e pelo Plano Operacional para a Sociedade do Conhecimento. Também para elas é válida a oferta: se alguém conhecer uma única que funcione, diga-me onde é, pois terei muito gosto em lhe oferecer o meu cartão que ainda deve ter algum saldo.

NOTA: Claro que deve haver óptimas razões para que alguém tenha entregue, a uma caterva de pândegos anónimos, uns largos milhares de euros para brincarem às informáticas...

1 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Veja-se como são as coisas!
Há mais de 8 anos, o «Expresso» publicou esta carta minha em que eu fazia a apologia do PMB!
Afinal, como agora se vê, o "patrão" que eu pretendia ridicularizar é que tinha razão!

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«Ligaduras e Cabeças Duras»

Há alguns meses atrás parti um braço, e - como andava engessado - não podia guiar.

E foi assim que, durante bastante tempo, passei a fazer grandes e saudáveis caminhadas até ao emprego.

-ooOoo-

Ora, pelo caminho que eu seguia, havia (e há) algumas leitarias, muitos cafés e vários bancos.

E foram precisamente os empregados bancários quem começou a vulgarizar o uso do Porta-moedas Multibanco por esses lados.

Para mim era coisa que vinha mesmo a calhar pois, tendo eu um braço quase paralisado, era dramático quando tinha que andar a abrir e a fechar porta-moedas e a manipular notas e trocos para pagar a bica da manhã.

Pois foi num desses dias que entrei num café onde nunca tinha ido e dei o cartão para pagar a despesa.

O patrão - pois foi ele quem me atendeu - informou-me com ar agastado e maldisposto:

- Fica-me a dever. Não tenho a maquineta dessa coisa. Não tenho, nem quero ter!

Então, num silêncio embaraçado, procurei a custo bem no fundo dos bolsos e lá encontrei - mesmo à conta! - as moedas necessárias para lhe pagar.

Não desenvolvi a conversa, mas - à saída - ainda pude ouvir o homem comentar para o empregado:

- Ora se o gajo até tinha trocado, porque é que me veio com aquela porcaria?

E o outro, em contraponto:

- E mesmo que não tivesse trocado! A gente ainda sabe fazer trocos!

Escusado será dizer que nunca mais lá voltei, e foi até com algum gozo perverso que fui acompanhando o declínio do negócio do homem em proveito dos vizinhos.

Sim, porque o que o fazia definhar não era só o facto de não aceitar o PMB:

O que deu cabo dele foi a atitude que lhe estava subjacente, e que se reflectia em tudo: desde os empregados maldispostos até às cadeiras rachadas; desde as mesas sujas até ao telefone avariado; desde o WC sem sabão até às moscas omnipresentes...

E este caso - passe o palavrão - é paradigmático:

Simboliza bem a completa incapacidade que um certo tipo de empresários tem para se adaptar aos tempos que inexoravelmente vão mudando.

E nem falta, nesta história, o inconfessado pavor aos bits, às teclas, aos écrans, e ao dinheiro virtual! De facto - como dizia o meu amigo Jeremias mesmo sem saber que eu andava de braço ao peito - "Isto anda tudo ligado!"
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"Correio Azul" 10 Out 98

25 de janeiro de 2007 às 19:27  

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