2.2.07

Chá mate

O TENOR ARGENTINO José Cura, que pela terceira vez ajudou Domingos Duarte Lima a angariar fundos para a Associação Portuguesa Contra a Leucemia, actuando com a orquestra de São Carlos, e outros, no pavilhão Atlântico, desta vez deu um verdadeiro chá mate aos que deixavam o espectáculo antes deste acabar, chamando a atenção para o facto de estar presente o Presidente da República que, pelo protocolo, deveria ser o primeiro a sair, só então podendo os restantes abandonar a sala.
Domingos Duarte Lima conseguiu a proeza de juntar, na noite de quinta-feira, no Pavilhão Atlântico, quem mais conta neste país, ali reunindo no mesmo propósito benfazejo industriais, banqueiros, políticos, conselheiros e desembargadores, administradores das maiores empresas públicas e privadas e dirigentes de todos os partidos, além de alguns melómanos, naturalmente.
Desta vez, Cura não admoestou os que não sabem mostrar o respeito devido a um espectáculo, chegando a horas, nem puxou as orelhas de quem, perante uma orquestra sinfónica, atende o telemóvel. Ficou-se pelos apressados. Aplaudido pelos que ficaram.
«25ªHORA»-«24 horas» 29 Jan 07

Etiquetas:

4 Comments:

Blogger lino said...

E eu que pensava que, num estado de direito, todos contávamos a mesma coisa. Enganei-me. Somos quase dez milhões que contamos muito pouco dado que, se "quem mais conta neste país" seguiu Domingos Duarte Lima até ao Pavilhão Atlântico, a esmagadora maioria dos portugueses ficou de fora. É pena, caro Joaquim; é que o tal "chá mate" do José Cura dava tanto pano para mangas...

2 de fevereiro de 2007 às 13:43  
Anonymous Anónimo said...

Suponho que a expressão "quem mais conta" deve ser entendida como "quem mais influencia".

Nesse aspecto, é evidente que "não somos todos iguais".

Ed

2 de fevereiro de 2007 às 14:05  
Anonymous Anónimo said...

Se eu quiser promover um produto (ou um acontecimento) desportivo ou musical e arranjar um desportista ou um músico famosos, poderei dizer que obtive a ajuda "de quem mais conta" (nesse domínio).

Trata-se de uma realidade que não tem nada de desprimoroso para com o cidadão-comum.

Rosário

2 de fevereiro de 2007 às 15:44  
Anonymous Anónimo said...

Neste contexto, também não vejo nada de mal na expressão. Tratava-se de obter divulgação para um acto meritório, pelo que o recurso a pessoas conhecidas era importante.

Portanto, "Quem mais conta" deve entender-se (a meu ver) como "quem mais pode influenciar a opinião pública, quem está em melhores condições para chamas as atenções".

Pelo menos é o que penso

2 de fevereiro de 2007 às 21:20  

Enviar um comentário

<< Home